sábado, dezembro 30, 2006

2006

O inevitável balanço do ano. Foi um bom ano.
O ponto alto foi, sem dúvida, ter ido viver para Israel. À habitual adaptação a um país estrangeiro, junto-se o "choque" de ir para um país com tantas peculiaridades.
Tive o meu primeiro emprego.
Vivi em clima de guerra. Estive horas agarrada à internet para saber onde tinha caído o último katyusha. Tive que saber onde era o abrigo mais próximo da minha casa e o que fazer caso não tivesse tempo de lá chegar. Vi helicópteros no meu bairro à procura de uma bombista-suicida. Em pleno piquenique na praia, recebi um telefonema a avisar que Tel Aviv estava em alerta e que devíamos procurar o abrigo mais próximo. Foi falso alarme e, de qualquer forma, ficou toda a gente mais excitada com a ideia do que assustada.
Fui a Hebron, cuja cidade velha parece um verdadeiro cenário de guerra e onde me avisaram que não devia reagir se os colonos me atirassem com ovos ou pedras (sim, pedras!!!).
Andei num carro da ONU e não me calei com isso durante três dias.
Viajei por Israel quase todo. Fui à Jordânia e ao Egipto.
Conheci pessoas fantásticas e fiz amigos novos, sem nunca esquecer os antigos.
Diverti-me à grande.
Tive a minha primeira casa. Só para mim. Decorada por mim. E é tão linda.
Mas nem tudo foi bom.
Vi de perto as consequências da ocupação, tanto para Israelitas como para Palestinianos.
A minha vida sentimental foi uma tragi-comédia ao estilo das piores novelas venezuelanas.
Os meus amigos do primeiro semestre foram todos embora, sem que eu tivesse conseguido encontrar substitutos à altura.
Fui rejeitada no King's College. É verdade que já não quero fazer aquele mestrado e que há males que vêm por bem, mas sinto-me rejeitada e isso custa.
Bem, o balanço foi muito positivo. Aprendi muito. Confirmei umas coisas, mudei de opinião sobre outras. Cresci muito. Tive a certeza de que as minhas opções têm sido as correctas. Começei a delinear de outra forma o meu futuro. Gostei de 2006. Venha outro!

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Memória Selectiva

Os meus irmãos queixaram-se que no Natal só receberam roupa. Felizmente, têm uma irmã que, apesar de ter idade para ser mãe deles, não se esqueceu do que é ter seis anos e da absoluta necessidade de brinquedos.
É curiosa a memória selectiva dos adultos. Nunca se esquecem daquilo que antes era diferente: no meu tempo não era nada assim, não havia nada disto, antigamente era o Menino Jesus e não havia Pai Natal (como se o destinatário dos pedidos diminuisse o consumismo da época), porque o Pai Natal é uma invenção da CocaCola (essa marca americana maléfica que não se inspirou nas tradições holandesas e que criou um velhinho apenas para manipular as criancinhas mais incautas), porque no meu tempo é que era...
Esses mesmos adultos esquecem-se com bastante facilidade do que era exactamente igual no tempo deles. Preferir brinquedos a roupa. Roubar chocolates no suposto esconderijo dos doces. Fumar atrás da escola. Ter uma negativa. Ver um filme pornográfico. Comer as bolachas todas e deixar lá o pacote vazio. Apanhar uma valente bebedeira. Dizer não fui eu, não fui eu! Fumar uma ganza. Ficar sozinho em casa e cortar os cortinados da sala para se distrair (humm, esta se calhar fui só eu...). Roubar uns trocos do porta-moedas dos pais. Chegar a casa duas horas mais tarde do que era suposto. Mentir aos pais. Faltar às aulas. Não fazer os t.p.c.
Eu não fiz estas coisas todas. Fiz umas e não outras. Decerto houve quem fizesse as outras e não as umas. Que atire a primeira pedra quem nunca fez pelo menos uma delas. Mas, claro, no tempo deles é que era, agora já não há valores e as crianças só dão dores de cabeça.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Porque é que neva sempre onde eu NÃO estou?


Médio Oriente

Eu até escrevia sobre os novos desenvolvimentos na situação do Médio Oriente, mas ainda estou com espírito natalício. A expressão da minha indignação e do meu sarcasmo ficarão para depois das férias. Nunca gostei nem de circo nem de palhaçadas.

segunda-feira, dezembro 25, 2006

domingo, dezembro 24, 2006

A todos um Bom Natal, a todos um Bom Natal

Adorava aceitar a sugestão de Natal do Combustões e passar um Natal de Sultana. Infelizmente a agência de viagens só emite o bilhete depois do pagamento e, como se meteu o fim-de-semana, já não foi possível contactar a tesouraria da Fundação Mário Soares. Fico-me por Coimbra.
A todos os meus leitores (com tantas referências do Combustões, até me sinto uma pessoa importante). Aos assíduos. Aos pontuais. Aos acidentais. Aos comentadores residentes. Aos esporádicos. Aos que comentavam e já não comentam. Aos que cá vêm muitas vezes e nunca comentaram. Aos colegas do Apaniguado. A todos um Bom Natal!

Santa Claus is coming to town

Depois de uma viagem um tanto atribulada e pouco dormida, cá estou pronta a desejar um Feliz Natal a todos, mesmo aqueles que não gostam de Natal. Nas minhas deambulações na blogosfera, descobri que há muita gente, mas mesmo muita gente, que não gosta do Natal. Não percebo. Talvez olhem para a época e não vejam o mesmo que eu vejo.
Há quem ache irritantes as canções de Natal, repetidas em todo o lado. Eu oiço músicas cantadas por algumas das melhores vozes do mundo, apenas ouvidas nesta altura e não mais repetidas que qualquer hit da Shakira.
Há quem não goste da obrigação de dar presentes, da correria para os comprar... e o prazer de oferecer uma prenda escolhida com carinho e cuidado? Eu gosto de fazer compras de Natal, mesmo que isso implique algumas dores de cabeça. Haverá melhor aspirina do que a reacção das pessoas ao abrir o embrulho?
Há quem reclame dos postais de Natal e das sms. E que tal enviar só mesmo a quem interessa e escrever algo personalizado?
Gosto dos doces de Natal que só se comem nesta altura, dos sonhos de abóbora da minha avó, do leite creme da minha tia, dos profiteroles da minha mãe.
Gosto de passear com a minha mãe e a minha tia na Baixa no dia 24.
Gosto da confusão cá de casa, ainda por cima agora até há um cão na família para compôr a fotografia. Gosto da cara de felicidade do meu avô por ver toda a gente cá em casa e a minha avó a reclamar que "isto dá sempre uma trabalheira e para que é isto todos os anos". Gosto de cantar as canções de Natal na sala (não se preocupem, eu não tenho uma daquelas famílias perfeitas, onde todos cantam à volta do piano. Canto eu, sozinha e desafinada, com o meu primo a rir à gargalhada e a minha mãe a perguntar-se "o que é que eu fiz para merecer isto"). Gosto de ligar ao meu pai e aos meus outros avós e ter que falar aos berros por causa da falta de rede e do barulho.
Gosto do vermelho, do verde e do dourado. Da montanha de presentes debaixo da árvore. Gosto das luzinhas de Natal das ruas e dos centros comerciais. Gosto da programação de Natal (se os James Bond são repetidos 3 vezes por ano na sic, porque é que o E.T. e o Música no Coração não podem dar uma vez?). Gosto da toalha de Natal que só sai da gaveta nesta altura. Gosto de me sentar no chão da sala a embrulhar as prendas compradas no hipermercado.
Sim, eu sou feliz no Natal.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Jan Pok

Acabei de descobrir que o Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas, Jan Pok, para o Sudão foi considerado persona non grata pelo governo sudanês devido a comentários que Pok fez no seu blog.
A blogosfera, que já tinha trazido problemas a estagiários, levanta agora questões ao mais alto nível na política internacional.
Eu apoio Jan Pok.

A Caminho...

Daqui a umas horas parto para Portugal. Amanhã, quando acordarem, já aí estou. Isto se não forem muito madrugadores, vá ... Ao fazer a mala, concluí que não tenho quase roupa nenhuma e que os presentes que se partem têm que ir ao pé de mim no avião porque não há roupa para os acondicionar. Estou a falar a sério. Agora que tenho ordenado não compro roupa quase nenhuma. Tristeza. Esperemos que os senhores da segurança do aeroporto não sejam muito chatos comigo. As regras de segurança aqui são de tal forma apertadas que eles chegam a revistar as malas e a despir as pessoas. Eu tenho tido sorte e da última vez nem a mala abriram (para além do pormenor de um dos seguranças me ter pedido o número de telefone e ainda hoje de mandar mails). Desta vez, vou voar com a El Al, a companhia israelita, por isso acho que não me escapo a um controlo apertado. Desde que não me façam perguntas estúpidas, eu mantenho a calma.
Nas próximas duas semanas não me falem de Israel, Territórios Ocupados, Direitos Humanos, Síria, Irão, Processo de Paz e Médio Oriente! Prefiro saber o que se passa na "periferia do mundo".Amanhã vou ver as luzinhas de Natal em Lisboa (eeeeeeeeeeeeehhhhhh!!!) e depois rumo a Coimbra para o rasganço da socióloga mais gira do país.Ora, dado que vou viajar a noite toda, que não vou ter tempo de descansar e que a meio da tarde começa a grande festança, aqui fica a minha resposta aos apelos ao orgasmo global pela paz

Nouvelle Vague - Too drunk to fuck

See you!

Haverá coisa melhor neste mundo...

que ir às compras de Natal e descobrir que a Puma está com 50% de desconto? E que tem as sabrinas que tanto precisávamos? E que o único número que há é exactamente o nosso? E que custam menos de 40 euros?
Provavelmente haverá ... mas esta também é muito boa!

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Perdição


Ansiedades

Já me tinha acontecido o mesmo com o filme The Science of Sleep: a ansiedade era tanta que comprei a banda sonora antes de ver o filme. Foi um tanto estranho porque as canções têm diálogos e quando cheguei ao cinema já tinha ouvido parte do filme.

Ontem foi com o Marie Antoinette: ainda não vi o filme (buaaah), mas ontem encontrei o livro que o inspirou e nem pensei duas vezes. Ainda por cima com esta capa linda, este cor-de-rosa macarrron. As boas intenções de fazer compras de Natal, razão pela qual eu entrei na livraria (sim, já descobri uma), esvaneceram-se. Voltei para casa a correr para ler o livro. Et voilá!

Não sei ... entusiasmo-me ...


terça-feira, dezembro 19, 2006

segunda-feira, dezembro 18, 2006

A noite passada II

Depois de eu ter arranjado as desculpas mais esfarrapadas deste mundo para não dançar com certa e determinada criatura. Depois de lhas ter repetido várias vezes, enquanto dançava discretamente com um amiguito bem mais giro. Depois de o ter mandado embora mais de quatro vezes enquanto esperava pelo taxi (ainda acompanhada pelo amiguito). Depois dessa certa e determinada criatura me ter ligado ontem a convidar para sair e eu lhe ter dito que não sabia se podia porque estava cheia de trabalho e que EU lhe ligaria mais tarde. Depois de eu não lhe ter ligado. Depois disto tudo, ele continua a ligar-me!!!!!!
Será isto persistência ou estupidez pura e simples?!!!!!!

Como manter diálogo em hebraico...

... sem saber dizer uma frase completa:
Dirigo-me ao balcão dos sufganyot. Digo Shalom com um ar muito bem disposto e a seguir Arba (quatro. Como eu só sei contar até oito nunca me posso esticar muito nas compras). A empregada diz qualquer coisa que eu imagino, dado o contexto, que seja De quais? Faço um ar descomprometido e aponto para os que estão mais próximos de mim, passo que já tinha sido calculado aquando da aproximação ao balcão (aqui não grandes hipóteses da técnica falhar, uma vez que, como os israelitas nunca fazem filas, dá sempre para escolher de que lado do molho e da fé em Deus queremos ficar). Ela balbucia umas coisas em hebraico, das quais eu percebo apenas shekels. Como eu não sei quanto é que ela me pediu dou a nota mais alta que tenho, just in case. Ela volta a dizer mais não sei o que, mas como oiço a palavra argorot (cêntimos), depreendo que ela me esteja a pedir trocos. Digo Lo (não), com um ar pesaroso. A empregada dá-me o troco e vou-me embora toda contente e a sentir-me uma verdadeira israelita que fala hebraico e come sufganyot no Hannukah!

sábado, dezembro 16, 2006

A noite passada

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Quadrilha, Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Irresponsabilidades

Há pelo menos mês, mês e meio que tenho visto em vários meios de comunicação portugueses e israelitas (e acredito que noutros países se passe o mesmo), a repetição de uma notícia que dá conta de um estudo realizado que demonstra que os homens circuncidados correm menos riscos de contrair o vírus da SIDA. O director de um dos institutos envolvidos na investigação afirma até que "Os resultados são de um grande interesse para as políticas de saúde pública e para as que põem em marcha programas generosos de prevenção contra a Sida". Outro investigador, mais cauteloso, adverte: "É muito claro que isto não é um substituto [de uma protecção] mas apenas mais uma". No entanto, dada a publicidade que esta descoberta tem tido não me parece que seja a mensagem deste último que terá mais impacto, mas sim a do primeiro.
O estudo foi realizado em África e é aí que se pretendem aplicar as tais "políticas de saúde pública", inspiradas por este estudo. Eu não duvido da veracidade dos resultados da investigação, mas acho profundamente irresponsável a forma como estão a ser publicitados. Num continente onde factos se misturam com crenças, onde os mitos se espalham à velocidade da luz, onde muita gente pensa ainda que se tiver relações sexuais com virgens fica curado da SIDA e onde até já bebés foram violados à conta desta "verdade", parece-me que não será difícil ver, no futuro, milhares, senão milhões, de homens a quererem ser circuncidados. Talvez até com os mesmos métodos e condições higiénicas com que é praticada a excisão a milhões de mulheres, no mesmo continente. E depois claro, já se sabe, nunca mais precisarão de usar qualquer outro método de protecção mais seguro. Afinal, já estão circuncidados!

quarta-feira, dezembro 13, 2006

7 maravilhas de Portugal


  1. Paços da Universidade de Coimbra, obviamente!!!! Esta dava para ocupar os sete lugares e não era preciso mais nada. Haverá coisa mais bonita que chegar a Coimbra à noite e ver a alta iluminada?
  2. Castelo de Almourol
  3. Castelo de Óbidos
  4. Convento de Cristo
  5. Palácio Nacional da Pena
  6. Torre de São Vicente de Belém
  7. Mosteiro da Batalha

É esta a minha votação. Para além do primeiro lugar, as outras maravilhas não estão por ordem e preferência. Estão lá e pronto!

Tenho é que reclamar pela falta do Mosteiro dos Jerónimos e a Praça do Comércio.

O que eu quero pró Natal V



LIVROS LIVROS LIVROS LIVROS
Israel é a parvónia do consumo, onde não há uma livraria verdadeiramente digna desse nome. Não sei o que se passa no universo livreiro, quais as novidades, quais as novas edições, nada. Bem sei que existe a internet e que se eu não sei é porque não quero. Mas comprar um livro exige um certo ritual. É preciso entrar numa livraria, ver as prateleiras cheias de livros, sentir a textura da capa, o cheiro do papel, ler algumas passagens, fica indecisa com tanta escolha, pensar que os livros estão cada vez mais caros... e, finalmente, abrir a carteira e pagar, com a certeza de que, embora caro, é um bom investimento.
E também sinto que estou a perder estrutura de pensamento, faz-me falta a universidade. Os cursos universitários podem ter muitas falhas, mas o facto é que nos põem em contacto com boas obras e aajudam a estruturar as ideias.
São bem-vindas todas as sugestões de bons livros, aqueles que nos agarram durante dias e que nos aconchegam a alma quando chegam ao fim. E também serão bem recebidos os livros que quiserem enviar pelo correio, para a Terra Santa ou para a Santa Terrinha.

terça-feira, dezembro 12, 2006

Digno de registo

A Filipa, sempre atenta, descobriu um blog chamado Tiago in Tokyo, que é simplesmente fantástico! As fotografias são lindas e o melhor é que há mais num segundo blog, também do dito Tiago, chamado Efeito Nipónico.

Francesices (actualizado)

Para não sucumbir à dominação cultural anglo-saxónica, os franceses inventaram o ordinateur para substituir o computer, o baladeur para o walkman e a mondialisation para a globalisation.
No entanto, insistem em dizer Shoah em vez de Holocausto e Tsahal em vez de exército israelita.
E já agora: é só aqui na Terra Sancta ou aí na Europa (e por todos que por esse mundo fora me lêem, que hoje até já tive uma visita da Líbia) o novo canal France24 também dá sempre em inglês? É que inglês por inglês, fico-me pela BBC.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Presumível implicada

Quando eu fui estudar para Lisboa, os que não me conheciam presumiram que eu não tinha conseguido entrar na Universidade de Coimbra. A média de entrada no meu curso em Lisboa era 17, em Coimbra 15.
Quando eu vim para Israel, alguns presumiram que eu tivesse cá família. Não conhecia absolutamente ninguém. Outros presumiram que o estágio fosse remunerado. Saiu tudo do bolso dos meus pais. Alguns presumiram que eu tivesse uma ganda cunha. Provavelmente porque presumem que ficar sentado no sofá à espera das cunhas dá mais resultado que passar dias e dias na internet à procura de estágios, a enviar mails e esperar por respostas que nunca chegam. E todos presumiram que eu estava era doida da cabeça por vir para Israel!
Muitos presumem que, por ser mulher, não gosto de futebol. Vi quase todos os jogos do mundial.
Outros presumem que, por ser do sul da Europa, sei danças latinas. Até levarem uma valente pisadela aqui da pata choca.
Alguns presumem que, por ser portuguesa, gosto de samba. Ora aqui está uma presunção do tamanho do Atlântico.
Aqui, há quem presuma que venho dos EUA. Chegam mesmo a ser precisos: Let me guess, you come from NY? Não, venho de Portugal. Alguns ainda assim não se deixam vencer e insistem que eu já devo ter vivido nos EUA. Não, nunca lá fui. Mas que raio de ideia!
Certos meninos presumem que, por eu tomar a pílula, não preciso de usar preservativo. Meus caros, a pílula é para as borbulhas e o preservativo para as doenças.
Há quem presuma que, por eu viver no estrangeiro e não querer voltar para Portugal, não sinto falta da família e dos amigos. Não sabem que não se trata de não sentir, mas de saber viver com as saudades.
Muitos presumem que, por eu defender a liberalização do aborto, das drogas leves e do casamentos de homossexuais, sou de esquerda. Cruzes canhoto!
Alguns presumem que sou pró-israelita, outros que sou pró-palestiniana. Eu não sou pró nada, estou cada vez mais do contra!
Nas minhas viagens, já presumiram que eu era espanhola, italiana, francesa, argentina, libanesa e até israelita (neste dia vi o caso mal parado e achei que ia ser linchada em plena medina de Casablanca).
Perante tudo isto, eu respiro fundo, sorrio e digo Olhe que não, olhe que não...

domingo, dezembro 10, 2006

Mentira mentira

Este homem é um senhor!

Pré-condições

A Comunidade Internacional (leia-se UE e EUA) impôs 3 pré-condições ao governo Hamas para a continuação da ajuda e das negociações internacionais. Os EUA e até certo ponto o Reino Unido impuseram pré-condições à Síria e ao Irão para negociações, caso contrário "they shouldn't bother to show up". Como é possível que um lado estabeleça pré-condições para abrir negociações com outros, quando ambas as partes precisam do diálogo?
Confundem-se os fins com os meios. As negociações são um meio para se chegar a uma solução, não são nem pode ser um fim em sim mesmo. O reconhecimento de Israel, a renúncia ao terrorismo ou ao seu patrocínio, a desistência do projecto nuclear devem ser o resultado de conversações. No eventual acordo daí saído, Hamas, Síria e Irão têm que respeitar estas exigências, mas sempre em troca de algo, porque essa é a essência das negociações.
Qual é o incentivo que umas das partes tem em respeitar pré-condições, se isso não lhes garante que haja resultados com as negociações? E se "eles" também exigirem pré-condições à UE e aos EUA? Longe vai o tempo em que entrar em diálogo com o Ocidente era um privilégio. Hoje todos sabem que Síria e Irão precisam tanto das negociações como os EUA, mesmo que Bush ainda esteja relutante em aceitar isso, ao contrário de Blair que já "acordou". As pré-condições são uma demostração de arrogância por parte de alguém que não está em condições de impôr assim tanto. E "eles" sabem disso.
O mesmo se tem passado com a democracia que, em vez se ser encarada como um meio para se chegar a uma sociedade melhor, é vista como um fim em sim mesma. E o resultado está à vista.

In the mood for Jaffa


sábado, dezembro 09, 2006

Happy Moments

Haverá momento mais feliz do que quando AQUELES jeans nos voltam a servir outra vez, apesar de toda a cerveja e de todos os sufganiyot?
Humm...sexy mama.

Still doing it


sexta-feira, dezembro 08, 2006

Tengo la camisa negra porque negra tengo el alma

O mundo é demasiado injusto.
Em continuação do post Começou a síndrome do compromisso e em protesto pela situação nele descrita, estou de greve.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

O que eu quero pró Natal IV

Este belo conjunto da Agent Provocateur. Aliás, eu querer querer queria a colecção toda, porque esta marca faz da lingerie uma delicada obra de arte.
Se alguém quiser fazer uma criança feliz (eu, claro), vão ao site.
Pode encomendar-se online.

Não resisto...

Discurso de Bush na conferência de imprensa esta tarde:
"And so they're supporting extremists across the region who are working to undermine young democracies. Just think about the Middle East.
In Iraq, (...) the elected government of Prime Minister Maliki.
In Lebanon (...) Prime Minister Siniora's democratically-elected parliament and government.
We'll support the democratic government of Prime Minister Maliki.
In the Palestinian Territories, they (os extremistas) are working to stop moderate leaders like President Abbas..."
É curioso como quando chegou aos territórios palestinianos, não apareceu o democratically-elected Hamas government.
Alguma coisa vai ter que mudar: ou os discursos ou as políticas...

Aos saudáveis...zinhos

A próxima vez que alguém me vier com aqueles discursos anti-tabagistas, que fumar faz mal, que são uns pobrezinhos duns fumadores passivos que não fazem mal a ninguém, que os fumadores andam a dar cabo do sistema nacional de saúde, blá blá blá, eu meto-o à frente do tubo de escape de um autocarro velho e só o deixo sair de lá quando o veículo arrancar. Depois vamos ver se ainda culpam o fumo do tabaco por todos os males do mundo.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Novo posto

Ora qual Marcelo Rebelo de Sousa na RTP, vou começar também a dar bitaites sobre tudo e mais alguma coisa n' O Apaniguado.
E já lá está o primeiro post.

É Natal, é Natal, lala la lala

A época natalícia chegou aqui à Residência Oficial, como poderão verificar se ligarem o radiozinho ali do lado direito. Sim, eu pertenço ao grupo daquelas pessoas supostamente irritantes que adoram o Natal. Fico feliz com prendinhas, luzinhas, doces, árvores de Natal, votos de boas festas na tv, as canções, os Pais Natal, o Música no Coração e o E.T., as decorações, as idas à baixa ao final do dia quando as ruas já estão iluminadas e com aroma a castanhas assadas, essas coisas todas.
Para quem gosta mesmo disto não pode haver nada mais deprimente que passar a época num sítio que não comemora o Natal (lição aprendida para destinos futuros). O meu espírito limitava a um Christmukkah, uma mistura de Natal com Hannukah, a festa judaica que também acontece em Dezembro (lá mais para a frente eu faço um post sobre isso). Um White Christmas aqui, uns Sufganiyot ali (é o doce típico do Hannukah que por mim faz as vezes do bolo-rei na perfeição)...
Agora minha gente, tudo mudou. Com os enfeites que a minha santa mãe me enviou, a minha casa está um verdadeiro lar em época de natal: os sininhos à porta, os meus 4 cds de música natalícia, as fitas, as bolas, os presentes. Já só falta a àrvore, questão que será tratada nos próximos dias com uma ida a Jaffa, a parte árabe de Telavive. A esta mood se juntou até o supermercado aqui da frente, que deve ser cristão porque não só vende Pais Natal com chocolates, como até tem uma árvore de Natal à porta!
P'ra todos um bom Natal, p'ra todos um bom Natal, desejo um bom Natal para todos vós!

terça-feira, dezembro 05, 2006

Começou a síndrome do compromisso

Ultimamente, os miúdos giros e interessantes que tenho conhecido têm todos namorada, excluindo umas criaturas que, passado uns tempos, eu percebo porque é que, apesar do package ser prometedor, estão sozinhos. É que não há ninguém que os ature.
Ora, se aos vinte eles já têm todos namorada, aos trinta vão estar todos casados, aos quarenta divorciados, com uma carrada de filhos a tiracolo e em plena crise de meia idade e nas décadas seguintes eu nem consigo imaginar...
Conclusão: 'tou tramada. Poucos estão disponíveis para uma não-relação.
É curioso como o estereótipo do jovem que quer aproveitar a vida sem se prender a ninguém já está ultrapassado. Muitos dos meus amigos têm namoradas há imenso tempo, enquanto as minhas amigas (salvo honrosas excepções) estão solteiras e com outras prioridades na vida. Estarão os homens a ficar emocionalmente dependentes?

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Pinochet: cá vamos nós outra vez

Eu ainda não sei muito quem sai realmente prejudicado quando alguém tenta levar Augusto Pinochet a julgamento.
Se o próprio Pinochet, cuja saúde se deteriora cada vez que se fala em tribunal. Desta vez até foi caso de extrema-unção.
Se a justiça. Foram cinco em oito anos, as tentativas de condenar o ex-ditador (se a Wikipedia não me engana). As imunidades políticas, a saúde, os amigos acabaram sempre por o "salvar". Até já o tentaram "apanhar" por fraude fiscal, o que faz lembrar Al Capone, um dos maiores gangsters de sempre e que acabou por ser preso apenas por fuga ao impostos. O máximo que se conseguiu até hoje foi uma prisão domiciliária.
Eu não sou a favor da impunidade Pinochet, mas será que todas estas tentativas frustradas não acabam por descredibilizar mais a justiça do que a ele? E não só o sistema chileno, mas internacional, uma vez que esta história já envolveu o Reino Unido e Espanha.

domingo, dezembro 03, 2006

O Estado de Israel

Para quem se interessa por estas coisas e ainda conseguir apanhar uma possível repetição, ver o programa The World Debate da BBC World. Esta semana é sobre Israel. Apresentação de Gavin Esler.

Dia três vezes santo

Hoje estive aqui Esplanada das Mesquitas


E aqui

Muro das Lamentações

E aqui

Igreja do Santo Sepulcro

sábado, dezembro 02, 2006

Going out with Europe

Saída com nórdicos:
Nórdicos: Então, noite hoje? Já não saímos em grande há muito tempo.
Susaninha: Claro! A que horas? 10?
Nórdicos: 10?! Isso é muito tarde! Às 9.

Saída com espanhóis:
Espanhóis: Então, noite hoje? Tem é que ser calminha porque estamos de ressaca e amanhã vamos jogar futebol.
Susaninha: Claro! A que horas? 10?
Espanhóis: 10?! Isso é muito cedo! Às 11.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Identidade nacional

Eu sinto-me verdadeira e tragicamente portuguesa quando, à sexta-feira à tarde, vou para a rua Shenkin e para o mercado Carmel. O povo todo vai lá parar, os velhinhos com os carrinhos de compras, os papás com os carrinhos de bebé, os turistas, as miúdas de treze anos, mais enfeitadas que uma árvore de natal, aos gritinhos com as amigas. Passados cinco minutos eu já estou a reclamar com tudo e com todos, que eu não tenho a vossa vida, mas será que esta gente não tem mais para onde ir, mas que raio de ideia tive eu, nunca mais cá ponho os pés.
E isto repete-se todas as sextas-feiras. Qual típico português no Algarve em Agosto ou no shopping ao domingo. Porque será?

Dores, muitas dores

nos músculos da cara e da barriga depois de ter visto o Borat! Já não me ria assim desde um espectáculo do Pedro Tochas há uns anos.
Infelizmente não percebi nada das partes naquela língua esquisita, por isso tenho que ver o filme outra vez em Portugal (oh, que chatice!).
Alguém dizia no outro dia que não era o Cazaquistão que devia ficar ofendido com o filme, mas sim os EUA. Concordo.
Um grande bem-haja ao humor politicamente incorrecto, porque já não há paciência para piadas bem-comportadas. Porque o importante não serão tanto os comentários racistas, homofóbicos, antisemitas e machistas de Borat, mas a reacção (ou a falta dela) das pessoas do filme a esses comentários. Afinal tudo parece valer, desde que não se brinque com o hino americano.

quarta-feira, novembro 29, 2006

Portugal? What is it?

Hoje, uma inglesa, que não trabalha propriamente na caixa do supermercado, perguntou-me se nós (leia-se Portugal) também celebramos o Natal. Deve pensar que os mouros ainda estão na península. Este episódio junta-se a uma série de outros do mesmo género, como a senhora que pensava que Portugal era a capital de Espanha ou o polícia que me perguntou "Em Portugal fala-se...espanhol, não é?".
Das duas, uma:
Ou há uma conspiração mundial para retirar Portugal dos manuais escolares,
Ou há algo de errado na política de promoção do país no estrangeiro. Parece que o futebol não tem chegado para tudo. Nem os anúncios aos campos de golf do Algarve na CNN que, se não me engano, nem chegam a mencionar Portugal. Fazem-me lembrar o tempo em que os nossos monarcas eram Reis de Portugal e dos Algarves. Bem, desde que eu nunca chegue a ver anúncios aos campos de golf do Alentejo...

Hoje o meu ego está aqui


terça-feira, novembro 28, 2006

Nervoseira

Estava eu toda contente (eu passo a vida assim, toda contente) no controlo do sitemeter (porque eu agora com isto sinto-me a verdadeira Big Sister) quando vejo que estou a ter uma grande audiência e que todos vinham do Combustões. Demorei a perceber o que se passava porque eu sou um bocado pata nestas novas tecnologias, até que finalmente...
O senhor do Combustões escreveu este post sobre mim (parece-me que também já conhece o truque do sitemeter). Pronto, foi a nervoseira completa! O senhor não só me faz um elogio como me coloca no mesmo post que a Miss Pearls, a Bomba Inteligente e a Senhora Sócrates!!!!
Não estão bem a ver. O Combustões é dos meus blogs preferidos e ainda hoje votei nele numa sondagem qualquer.
Ainda estou corada!
Obrigada Sr Combustões.
Actualização: agora também já a Miss Pearls fala sobre mim. Eu já não estou corada, estou vermelha que nem um pimento!
Actualização 2: mas isto tudo graças ao Apaniguado, que foi quem me deu a conhecer ao mundo (foi mesmo?).
Actualização 3: agora no Corta-Fitas. Borboletas no estomâgo.

O que eu quero pró Natal III

Esta maravilhosa colecção do melhor humor.
Para rir à gargalhada com qualidade.
Please, please, please...

Sobre o Papa e a Turquia

Ler o post do Combustões.
Para que hei-de escrever quando há alguém que o faz melhor que eu?

segunda-feira, novembro 27, 2006

Já sei quem foi...


... e não estava nada à espera!
O filme é bom, mas não me pareceu genial.
A série é, de longe, muito melhor.

domingo, novembro 26, 2006

Guerra Fria?

A Scotland Yard está a investigar a morte do ex-espião russo Alexander Litvinenko. As suspeitas (e acusações) apontam para o governo russo e, em especial, para o Presidente.
Aparentemente ainda ninguém avisou o Sr Putin, ele próprio antigo espião do KGB, que a Guerra Fria já acabou. Se calhar os colaboradores dele criaram um mundo imaginário, inspirado no GoodBye Lenin, para o senhor não sofrer um choque com a notícia. Ou então somos nós que pensamos que lá por o muro de berlim ter caído a Guerra Fria acabou e andamos enganados.
A verdade é que, na morte de Litvinenko, a responsabilidade de Putin parece demasiado óbvia. Quais seriam os motivos? Porque não matá-lo de uma só vez, em lugar de lhe provocar uma morte lenta que lhe permitiu fazer as acusações que quis e, talvez, revelar segredos de Estado? Não será demasiada coincidência esta morte ter ocorrido nas vésperas de um encontro de Putin com Chefes de Estado europeus? Parece-me que será subestimar a inteligência de Putin.
Apesar disso, importa não esquecer duas coisas fundamentais:
A primeira é o comportamento da Rússia e as suas implicações para a segurança internacional. A democracia russa deixa muito a desejar e os sinais não são de melhora, pelo contrário: Putin governa com mão de ferro, pronta a esmagar quem se opõe a ele. Continuam a ter lugar assassínios misteriosos (como o da jornalista Anna Politkovskaya). A Rússia continua a controlar muitas das antigas repúblicas soviéticas (veja-se o caso da Bielorússia) e a ameaçar as que lhe fogem ao controlo (Ucrânia e Geórgia, por exemplo). E, mais uma vez à semelhança do que se passava durante a Guerra Fria, a Rússia ter contribuído para a inoperância do Conselho de Segurança, como tem sido no caso do Irão. O eixo atlântico e, especialmente a Europa, têm fechado os olhos a estes sinais evidentes, por causa da grave dependência energética.
A segunda é que, se se confirmar que o governo russo não tem nada a ver com esta morte, não é bom sinal na mesma, porque demonstra que produtos radioactivos estão a fugir (ou já fugiram há muito tempo) do controlo das autoridades estatais.
Em todo caso, não podemos esquecer que o novo filme do Bond, James Bond, acabou de estrear. Isto afinal pode ser tudo um belo golpe de marketing para estimular o interesse do público pela espionagem internacional. Raios partam o capitalismo!

sexta-feira, novembro 24, 2006

Ao que uma pessoa está sujeita!

Ia eu pela rua toda contente com a minha mala de rodinhas para a lavandaria quando, de repente, levanto os olhos do chão e me deparo com uma vagina à minha frente. Sim, uma vagina! Escancarada!!! E completamente depilada, não fosse eu pensar que eram umas cuecas pretas! Uma mulher que anda sempre a vaguear por estes lados, com cara de 70 anos, corpo de 30 e roupa de 15, ou seja, uma mini saia escandalosa e, por sinal, sem mais nada por baixo, resolveu levantar a perna e pousá-la num muro, para fazer um exercício de strenching. Logo quando eu ia a passar!
Não tenho nada contra vaginas. Eu própria tenho uma e estou satisfeita. Mas daí a eu andar na rua e ver uma escancarada à minha frente! Via-se tudo! Até tenho arrepios! Ainda por cima sendo de quem era!
Fiquei de tal modo perturbada que nem consegui pôr a máquina de lavar a funcionar e ainda perdi 12 shekels à pala do trauma!
Só em Tel Aviv! E em pleno Shabbat! Já não há respeito pelo dia santo! Estão as famílias a sair de casa para ir à sinagoga, no seu melhor fato domingueiro (neste caso será mais "shabbateiro"), para isto! Em Jerusalém, cidade três vezes santa e resguardo dos bons costumes, estas coisas não acontecem.
Até devo ter pesadelos esta noite! Credo!

quinta-feira, novembro 23, 2006

Vou tornar-me uma pessoa séria

Tomei uma decisão importante na vida: quero um namorado. Um namorado, um marido, uma relação a longo prazo, o que queiram chamar. Não, não enlouqueci. O facto é que os casais têm uma vida sexual muito mais frequente que os solteiros. É verdade que quem é livre tem uma vida menos rotineira, experimenta mais (ou não), tem histórias mirabulantes (eu que o diga!), mas atravessa inevitavelmente períodos de seca, sejam eles maiores ou menores.
E um fuckbuddy não é solução.
Eu não estou para isso. Faz mal à saúde. A minha pele ressente-se, fica macilenta. Nããã... Vou arranjar um moçoilo, bom rapaz e competente. Sim, porque se é a longo prazo não posso andar com um trapalhão. Vou investigar as possibilidades.
P.S.: Convinha-me encontrar alguém antes de dia 22 de Dezembro para poder contribuir para a paz mundial, não estivesse eu numa zona tão problemática. Eu só não sei é quem teve a ideia de escolher logo o dia em que viajo para Portugal. Mas sempre dizem que um orgasmo num avião é mais intenso...e a viagem é tão longa e aborrecida...huuummmm...

quarta-feira, novembro 22, 2006

Descubra as diferenças

Kylie Minogue 1989 (em cima)
José González 2006 (em baixo)

Basta um pouco de alma e bom gosto para mudar tudo.

terça-feira, novembro 21, 2006

Objectivos Profissionais

O mais importante objectivo profissional para mim não será chegar a SG das NU, Sra Pesc ou coisa que o valha. Será ter autonomia profissional suficiente que me permita não ter horários, poder chegar ao emprego ao meio-dia mesmo que isso signifique ficar a trabalhar até à meia-noite, poder ler dossiers no sofá de casa em vez de estar sentada à secretária no escritório, adaptar o meu trabalho ao meu ritmo.
Sempre me disseram que acordar cedo era uma questão de hábito, que eu me havia de acostumar. MENTIRA! Piora de dia para dia e eu já não aguento o som do meu despertador. E ai de quem me chame preguiçosa!

segunda-feira, novembro 20, 2006

Doggy Bag

Os israelitas são as pessoas mais despreocupadas do mundo, por mais incrível que pareça, embora volta e meia também lhes dê para desbaratinar. Aquilo que, no princípio, eu achava que era só despreocupação, começo agora a compreender que também é muito de "estou-me a cagar", mas adiante.
Uma das coisas mais engraçadas desta descontracção é o famoso doggy bag. Em Portugal, seria impensável pedir para levar para casa o resto que não se comeu no restaurante. Aqui, não só é comum, mesmo nos restaurantes mais hip, como são os próprios empregados a sugerir. Isto porque as doses são industriais e eles ficam muito tristes quando pensam que não acabámos porque não gostámos (mas ficam mesmo desiludidos!).
Ora e porque o que primeiro se estranha depois se entranha, eu também já aderi ao doggy bag e bem que me soube o almocinho do dia seguinte.
Preparem-se para passarem umas belas vergonhas comigo em Portugal, quando eu nos restaurantes pedir o Doggy Bag.

2 notas

  1. Ontem eu estava chique e ao nível do mais exigente protocolo de Estado.
  2. Hoje, para além de chique, vou também estar gira. Mas GIRA! Vestido lindo, sapatos giríssimos e um belo batôn vermelho (comprei 3 e agora não sei qual leve; sim 3, entusiasmei-me). Verdadeiramente Drop Dead Gorgeous.

Reportagem dos acontecimentos amanhã.

sábado, novembro 18, 2006

Qualidade de vida é...



...ir para a praia a meio de Novembro, de t-shirt e pés no mar.

sexta-feira, novembro 17, 2006

O que eu quero pró Natal II

Não desfazendo o Seinfeld, que é a melhor série cómica de sempre, o Sexo e a Cidade e o Gato Fedorento, o Coupling é a série que me faz verdadeiramente rir às gargalhadas, Laughing Out Loud! Em todos os episódios!
A colecção em DVD é muito bem-vinda.

Professor Mário Sottomayor Cardia

Acabei de ler que faleceu o meu antigo professor de faculdade Sottomayor Cardia. Embora não tenha sido surpresa, não deixa de ser estranho e triste ouvir falar da morte de alguém que costumava ver a atravesar o pátio da FCSH (confesso que não era muito assídua às aulas dele). Não gostava dele enquanto docente, mas nunca deixei de lhe reconhecer mérito intelectual e "good will".

quinta-feira, novembro 16, 2006

Alternativas, não?

Editorial do Yedioth de hoje:
"It is astounding to discover again and again, in the era of the Arrow and Shihab missiles which can hit with precision from a distance of thousands of km, that there is still no answer to the relatively primitive pipe known as Qassam.
Israel spends billions [...] in order to protect the State with the best of the sophisticated equipment, and behold, it doesn't have a suitable answer to the rockets [...]. How can this be? But there isn't. Just like there isn't an answer to the suicide terrorist and to the car bombs in Bagdad.
This is precisely the problem in the combating of terror: the more primitive the terror means, so is it more difficult to harm them. Therefore terror is the successful weaponry of the weak.
Those demanding to "erase Gaza", to devastate neighborhoods, to fire artillery at houses, it should be said: We've already tried everything."
38 anos de ocupação não evitaram o terrorismo.
A retirada unilateral, tipo "daqui lavo as minhas mãos e vocês agora amanhem-se", tanto do Líbano como de Gaza, não evitou mais problemas.
10 meses de constantes bombardeamentos e morte de civis não evitaram os Qassams.
Não estará na hora de pararem com as soluções militares e evoluirem um pouco mais?

E assim se começa bem o dia

Logo de manhã, ainda eu sonolenta e sem café, apareceu um senhor no elevador e disse que, ao ver um sorriso tão bonito como o meu, já estava a começar bem o dia. Ele com o meu sorriso e eu com o elogio dele.

quarta-feira, novembro 15, 2006

ALERTA: Preservativos falsificados

Segundo notícia do Público, podem aparecer em Portugal preservativos falsificados. Tenham lá cuidado com estas coisas que nem todas as doenças têm cura e eu ainda não estou preparada para ser tia. Usem outras marcas ou pratiquem a abstinência, tanto quanto puderem.
Cá eu é que não tenho que me preocupar com estas coisas...desde que perdi uma caixa quase cheia de preservativos XL que não tenho tido sorte. E o que eu gostava de olhar para a fita métrica da embalagem e saber que um dia já tinha sido abençoada (ou não estivesse eu na Terra Santa)...

terça-feira, novembro 14, 2006

Alma Gémea

Há tempos fiz um teste online - Se fosse uma personagem do Sexo e a Cidade, qual seria? O resultado foi a Carrie, o que não é de admirar porque quase toda a gente se identifica com ela. Mas atentarmos melhor à minha vida, podemos descobrir mais pontos em comum: a Carrie levou uma tampa através de um post it escrito a meio da noite, eu levei uma tampa através de uma sms às duas da manhã; a Carrie andou com um gajo que tinha ejaculação precoce e eu... também. Como se isto tudo não bastasse, no episódio deste fim-de-semana do Sexo e a Cidade aqui na tv local, a Carrie foi assaltada no meio da rua e, como sabem, eu também!!!
Humm, começo a desconfiar que somos almas gémeas...ou então sou eu a fazer filme, ainda estou perturbada com o assalto.
Mas se, quando eu chegar à idade dela, viver em NY, tiver os mesmos Manolos que ela e ainda me aparecer um Mr Big, as perspectivas não são más, pois não?

sábado, novembro 11, 2006

BUUUUUUUUUUUUAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH

O dia apresentava-se perfeito: estava sol, calor de outono, o povo na rua. Fui a pé até Jaffa com uma amiga para irmos comer uma shakshuka num restaurante giríssimo. A refeição estava óptima e a esplanada convidava a ficar ainda um bom par de horas, às quais se seguiriam umas voltinhas pela parte velha da cidade.
Mas como nada é perfeito nesta vida, passou um filho da puta de bicicleta e roubou-me a carteira. Telemóvel, chaves de casa, óculos de sol e porta-moedas com TODOS os documentos, incluindo cartões de crédito!!!!
Claro que podia ter sido pior: não tinha levado o iPod, o passaporte está no MNE, os óculos eram ranhosos. O assalto não foi violento. E fui num jipe da polícia militar com um agente e metralhadora em punho à minha frente. Senti-me a ser evacuada de um cenário de guerra. Mas custa-me ter perdido umas sms que tinha gravadas no tlm, todos os números de telefone, o porta-moedas que tinha comprado em Istambul e que tinha toda uma história por trás... e irrita-me solenemente imaginar que alguém, que ainda por cima me fez "mal", esteja a ver as minhas fotos e que saiba um bocadinho da minha vida através dos cartões que eu tenho.
Estou triste.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Ninguém tem mão neles III

Apareceu escrito na parede de uma sinagoga em Tel Aviv:" Se não pudermos marchar em Jerusalém, vocês não poderão andar em Tel Aviv." *
Isto ainda vai dar asneira.

*Um dia, eu faço uma reflexão sobre as diferenças entre Tel Aviv e Jerusalém.

Depois admiram-se

Claro que depois das mortes em Beit Haoun, o Hamas e a Fatah já anunciaram que vão "atacar" Israel. Os alertas de atentados terroristas estão ao máximo. Pela primeira vez, pediram-me passaporte para entrar num centro comercial. Nem durante a crise no Líbano.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Apeteceu-me


No meio de tanta desgraça, um bocadinho de arte e cor.
Foto de David Lachapelle.

terça-feira, novembro 07, 2006

Ninguém tem mão neles II

Não é um Irão nuclear. Não são as milícias armadas e os grupos terroristas que abundam na região. Não é a desproporcionalidade dos ataques de Israel. Não é o facto do Líbano ser um Estado falhado. Não são as estúpidas políticas da administração norte-americana. Não são os regimes despóticos e corruptos. Não são os colonatos na Cisjordânia. Não é a Síria que está morta por entrar em guerra com Israel. Não é a grave crise humanitária em Gaza. Não são as constantes violações dos Direitos Humanos e do Direito Humanitário Internacional. Não é a intolerância e o fundamentalismo religioso.
Não, meus senhores, nada disto. O que pode realmente desestabilizar todo o Médio Oriente é a Parada Gay em Jerusalém!!!!!
Isto a acreditar nas palavras do Ministro da Indústria, Comércio e Trabalho do governo israelita, das quais eu transcrevo algumas pérolas:
"Why didn’t those people try and hold the parade in Mecca or at the Vatican? This is an explosive belt which could shake the entire Middle East."
"Those marchers are hurting the sanctity of Jerusalem, and only for spite. I heard the claim that they will hold a limited parade. There is no such thing as limiting the impurity and limiting the affliction. Such a parade will lead to social, worldwide destruction."
"All the great people of Israel whom I speak to cannot sleep at night because they are so worried. "
Ora, parece-me é que a Parada Gay ainda vai é levar à paz entre as religiões, porque como o próprio senhor diz, "The resistance against the abomination parade is shared by parties, nations and religions".

O que eu quero pró Natal

Ora, sabendo eu que o Natal se aproxima a passos largos, que por todo esse Portugal e Espanha os centros comerciais já estão decorados e que até aqui eu já vi à venda postais de Natal, não quero que alguém vá "espancar" o cartão de crédito nas lojas e se esqueça de mim.
Vou iniciar a rubrica "O que eu quero pró Natal". Só para dar umas sugestõeszitas. Aqui vai a primeira sugestão:
Na continuação da minha febre pelos acessórios para o iPod, eu queria THE ULTIMATE iPod ACESSORY: o iBuzz!!! Qualquer pessoa com um iPod devia ter uma coisa destas! Ainda por cima só custa 29.99 £ e pode comprar-se on line.
Please, please, please!!!
Ai o que gostava de um iBuzz...

The Israeli mood nowadays

Yitzhak Rabin foi assassinado há onze anos. Nas cerimónias de recordação, David Grossman, um conhecido pacifista israelita que perdeu o filho durante a crise do Líbano no Verão, fez este magnífico discurso. Ele descreveu na perfeição o estado de alma da maioria dos israelitas neste momento, depois de anos de conflito com os palestinianos, dos falhanços no Líbano e em Gaza, da entrada de Lieberman na coligação governamental.
O discurso devia ser lido por muitos judeus na diáspora, mais papistas que o Papa, que pensam como o Daniel Pipes e que acham que podem dar lições de moral e condenar os israelitas, cada vez que eles pensam em ceder um bocadinho em direcção à paz. Quando se mora do outro lado do mundo, quando não se tem que cumprir o serviço militar e dar o corpo ao manifesto na guerra, quando não se tem filhos a morrer em combate e se tem um passaporte estrangeiro que permite fugir do país à queda do primeiro rocket, é muito fácil dizer que Israel tem que continuar a lutar.
E, já agora, também por todos aqueles que julgam os israelitas pelos seus políticos e pensam que são todos uns monstros frios e calculistas.
Difícil é viver aqui.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Ninguém tem mão neles



Será uma imagem de Damasco depois da polémica dos cartoons dinamarqueses? Não. Será de Nablus depois das palavras do Papa? Não. É Jerusalém, ontem à noite, depois de ter sido autorizada a Parada Gay na cidade. Os judeus ultra-ortodoxos juntaram-se num protesto contra a Parada, que degenerou nisto. Ruas cortadas, contentores do lixo e pneus queimados, mais de vinte judeus Haredi presos.

A Parada Gay costuma realizar-se em Tel Aviv, a cidade onde tudo é permitido e onde os homossexuais podem assumir-se sem problemas. É vê-los à sexta feira à tarde a desfilar pela Sheikin e a Dizengoff, as ruas mais fashion. Mas, desde o ano passado, a organização resolveu que a marcha deve realizar-se em Jerusalém. E bem.

Jerusalém tem estatuto de cidade internacional pela importância que tem para as três religiões monoteístas. É, aliás, o centro da discórdia deste conflito. Em 1967, depois da Guerra dos Seis Dias, Israel anexou unilateralmente Jerusalém oriental que, na altura estava sob o domínio jordano, e que é reivindicada pela Autoridade Palestiniana (até porque ainda lá vivem centenas de milhares de palestinianos). Desde então e à revelia da Comunidade Internacional, que apenas reconhece Tel Aviv como capital (daí as embaixadas estarem aqui), o governo israelita considera Jerusalém como a capital eterna e indivisível do país e aí estabeleceu todas as instituições estatais, como o parlamento.

Ora, se Jerusalém é para os israelitas a capital do país, então todos os cidadãos, sem excepção, terão direito a manifestar-se na sua capital, em frente às instituições que querem pressionar. Será provocação? Será, sem dúvida. Mas a provocação faz parte da liberdade de expressão, num país que tanto se diz democrático e de cariz ocidental.

Parece que há muito boa gente que ainda não compreendeu isto. Quando a Parada se realizou o ano passado, três pessoas foram esfaqueadas por um judeu ultra-ortodoxo. Este Verão, quando foi novamente marcada para Jerusalém, circularam pela cidade flyers que davam uma recompenda de 2000 shekels (mais ou menos 350 euros) por cada gay morto. Pela primeira vez, as três religiões que, como se sabe passam a vida em guerra, uniram-se no protesto contra a Parada.

Afinal, o desrespeito pela diferença, a ignorância e a violência não são exclusivo dos fundamentalistas islâmicos. Há, por aí, muito fundamentalismo de outras religiões.

domingo, novembro 05, 2006

sexta-feira, novembro 03, 2006

A explicação sociológica

Aqui está uma possível explicação para a minha necessidade cons- tante de sair do país, para o facto de não conseguir sequer perspectivar um futuro em Portugal. Não será com certeza por razões económicas (esta é, aliás, a primeira vez que sair do país me faz ganhar dinheiro em vez de o gastar), nem políticas (apesar de eu ter ponderado pedir asilo político a França quando o Santana Lopes se tornou PM). Será por motivos culturais, pela necessidade de ver mais, de ver diferente, de crescer, pessoal e intelectualmente.
Portugal é demasiado pequeno, demasiado homogéneo, demasiado conservador, no pior sentido. E basta olhar para Espanha e para a quantidade de portugueses que para lá se estão a mudar, para perceber que os Pirinéus já não servem de desculpa para o atraso cultural do país.
Ir a Portugal, ou melhor Coimbra, será sempre ir a casa, mas não acredito que mais alguma vez seja para voltar para casa.
Se, depois de tantas Revoluções, Portugal continua sem se abrir ao mundo e ao novo, será que resta esperança?

quinta-feira, novembro 02, 2006

Primeiras, Primeiras



Segundo esta noticia, este pedaço de mau caminho está outra vez solteiro e bom rapaz.
As horas que eu deambulei pelas ruas de São Paulo a sonhar que o encontrava....e ele agora por lá à solta e eu aqui enfiada em TA.
Já o estou a imaginar a desfilar na Avn Paulista. Ainda me dá a louca e apanho o primeiro avião para Guarulhos.
Coisa boa! Era uma tarde e pêras! Principalmente agora que eu tomei a importante decisão de não me meter mais com homens abaixo de 31 anos. Never again!

terça-feira, outubro 31, 2006

In English, just for you

Life in TA is pretty quiet now: not going to the beach anymore, the rain has started and even Lima Lima has been quite empty. But TA is always TA and there are some new hip places. Hilde is here. I've been hanging out with her a lot.
As my main audience is Portuguese, I can't keep writing in English. So, if you really want to read all about my plans to solve the conflict and other very interesting stories, you should consider lauching an international lobbying campaign in order to change the official language of my blog. In the meanwhile, you can visit it every time you miss me. Just look at my picture and imagine me saying Parlame de calcio, per favore. ;-)

segunda-feira, outubro 30, 2006

Ora e cá vamos nós outra vez

Pela enésima vez, Abbas ameaçou o Hamas com a dissolução do governo. Ontem foi mais categórico e disse mesmo que, senão houver um governo de unidade nacional em duas semanas, acabou-se o que era doce (se bem que para o Hamas nunca nada foi doce depois de ter chegado ao poder).
Pelas minhas contas, quer dizer que, lá para o dia 12 de Novembro, teremos novidades. Isto, se nos fiarmos nas palavras do senhor. O que, se atentarmos ao historial das suas ameaças, equivale a acreditar no Pai Natal, na cegonha, nos deuses gregos, romanos, vikings...todos ao mesmo tempo.
Vamos ver se é desta que eu passo a véspera de Natal ao pé da chaminé.

domingo, outubro 29, 2006

Pequenos nadas

Há cidades e há Paris.
Há lojas e há a Colette.
Há sites e há o Colette.fr.

Paris me manque.

Who killed Laura Palmer?

Continuo sem saber.
Ver o Twin Peaks é como ter um daqueles almoços deliciosos que duram uma tarde inteira e que os deixam de barriga cheia, mas onde falta o quadradinho de chocolate no fim, para rematar. Caso contrário, ficamos desconsolados e com vontade de mais.
Já que não há o DVD da 2ª série (que parece que é um fiasco), resta-me esperar pelo Natal para ver Os últimos sete dias de Laura Palmer.

sábado, outubro 28, 2006

The Science of Sleep

Pode não haver Marie Antoinette, mas há Gael Garcia Bernal (que é um regalo para o olho), Charlotte Gainsbourg, Michel Gondry (o mesmo realizador do Despertar da Mente) e uma bela banda sonora, que eu já comprei (que querem, uma pessoa entusiasma-se na iTunes store).
O filme é meio louco e não tão bom quanto o Despertar da Mente, mas dá para soltar umas valentes gargalhadas e voltar para casa a pensar nele.


Je voudrais que quelqu'un m'attende quelque part

Hoje estou assim, melancólica. Apetecia-me ter alguém. Alguém que estivesse aqui na cama quando eu acordei. Alguém com quem estivesse enroscada no sofá a tarde toda. Alguém que estivesse debaixo das mantas comigo a ouvir a chuva e a aquecer o corpinho.
Deve ser do tempo: está a chover, a trovejar e as temperaturas estão a baixar.
Ou das doses industriais de Jose González, Iron and Wine, Diana Krall, Jamie Cullum e Seu Jorge.
Ou então é da TPM.
Isto já passa.

quinta-feira, outubro 26, 2006

I just love this country

Depois da comida kosher, da água kosher, da pasta de dentes kosher, dos utensílios de cozinha kosher, chegou finalmente o SEXO KOSHER! O rabi Boteach escreveu aquele que será com certeza o livro do ano para todos habitués do Muro das Lamentações: "Kosher Sex: a recipe for passion and intimacy".
Já imagino o novo certificado que as criancinhas vão ter que apresentar na escola: "Certifica-se que a elaboração desta criança foi supervisionada pelo Rabi Yorav".
Afinal temos sempre que ter cuidado com aquilo que levamos à boca, não é?

terça-feira, outubro 24, 2006

O carro dos meus sonhos


O carro dos meus sonhos está há 3 dias estacionado do outro lado da minha rua.
Será só para fazer inveja ou será que é um sinal?

segunda-feira, outubro 23, 2006

Guardiãs da moral e dos bons costumes

Este tipo de pessoas é a coisa mais irritante e hipócrita ao cimo da Terra. E o pior é que elas estão por todo o lado e são de todas as nacionalidades. Eu concretizo:
Duas dinamarquesas estavam a comentar o facto de um amigo nosso, também dinamarquês, ter muito sucesso com as israelitas. Eu disse que o achava muito giro e por isso percebia a população feminina local. Ao que uma delas se apressou a dizer: "Pois, mas olha que ele tem namorada." Acaso alguém lhe perguntou alguma coisa? Acaso disse eu que queria ter alguma coisa com o rapaz? Acaso não deveria ser ele, que engata uma diferente todas as semanas, a ser relembrado que tem namorada? Acaso pensaria ela que, se eu estivesse mesmo interessada nele, desistiria só porque ela me lembrou da namorada?
A reacção da rapariga só me leva a pensar duas coisas: ela não tem vida própria e é ela quem está interessada nele, só que, ao dar uma de púdica e moralizadora, não consegue mais do ser amiguinha.
Se o rapaz trai ou não a namorada é um problema dele. Se eu quiser ter alguma coisa com ele (que já tive a oportunidade e recusei), tinha e ponto final.
Se as pessoas têm valores morais assim tão fortes, pois fico muito feliz por elas, mas que os guardem para si e não os tentem impôr aos outros.
Coitadinha, eu vou levá-la às Sisters cá do bairro para ver se a amargura lhe passa.

Parabéns iPod



O iPod faz hoje 5 anos. 68 milhões de pessoas fazem já parte da irmandade da melhor invenção do mundo, depois da música itself.
Pois eu e o meu pequenino vamos assinalar a data na iStore aqui do sítio. Vou oferecer-lhe um armband, que ele bem merece. E se ele continuar a portar-se assim tão bem, vai ter uma grande prenda de Natal!

domingo, outubro 22, 2006

No comments what so ever

Ontem um judeu (de raça e não de religião, como o próprio se define) disse-me que as ideias de Hitler estavam certas.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Chique que só eu!

Hoje dei uma de saudavelzinha e fui andar para a linha da praia. Estava eu na minha vidinha quando vou contra (mas literalmente contra, tipo uhps-e-agora-vais-tu-para-a-direita-ou-vou-eu-?) o Sven Goran Ericksson! Não estou a gozar, era o próprio! Até tinha discretamente 3 gorilas atrás.
Infelizmente, no momento não me ocorreu falar com ele e pedir o tlm do Ljundberg (eles devem conhecer-se, não?). E porquê? Pelo mesmo motivo pelo qual fui contra ele: tinha acabado de vir de ao pé de um italiano, ainda estava perturbada. Ai senhores, olhos azuis, barba de há 3 dias, sorriso colgate, fatos de corte impecável, mãos fantásticas...este cavalheiro dá um colorido especial a estas ruas. Ai ai...

Dia de mala

Ora, já acordei!
A mala chegou cheia de coisas que a mãezinha mandou para o recheio da Residência Oficial. Os senhores do Express mail andam muito generosos e até me enviam 4 kg em vez dos 2 permitidos por lei.
O melhor de tudo é que já tenho cafeteira de café e café a sério (este hoje está a ser um tema recorrente). Já não preciso de sair de casa ao fim-de-semana e pagar quase 2 euros + gorjeta de 10% (service is not included) por um expresso, please,what?, short, thanks.

Hoje estou assim


quarta-feira, outubro 18, 2006

Gaza em alerta

Da janela, acabei de ver dois helicópteros militares em direcção a sul. Algo se vai passar em Gaza.
O IDF (exército israelita) lançou ontem a maior operação militar no sul de Gaza, ao longo do corredor de Philadelphi, desde a retirada há um ano. Há rumores de que uma enorme operação terrestre estará a ser preparada.
Esperemos pelos próximos desenvolvimentos.

S'ils n'ont pas de pain, qu'ils mangent de la brioche...


Sua Alteza Real, a Rainha Marie Antoinette, é ansiosamente aguardada pela plebe expatriada em Terras de Israel.
Infelizmente, Sua Majestade só se deslocará à Terrae Sancta em visita oficial em Janeiro.
Restam as fotos, os trailers e a fantástica banda sonora para acalmar a fúria do povo pelo atraso da Rainha.

terça-feira, outubro 17, 2006

Momento Maria

Sou a favor da despenalização do aborto, mas sou contra um referendo.
Serei comuna?

domingo, outubro 15, 2006

Eu vou ser uma mulher feliz quando...



...este senhor me aparecer à frente, nestes preparos, e me sussurar ao ouvido "jar är din"*.
Enquanto isso não acontece, tenho que me contentar com as Sisters are doin' it for themselves.
*N. da T.: significa sou todo teu, em sueco.

NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA!!!!

PRESIDENTE ISRAELITA MOSHE KATSAV PODE VIR A SER ACUSADO DE VIOLAÇÃO.
A polícia israelita, após um longo inquérito, aconselha que o Presidente seja acusado de violação, fraude e má fé, para além de utilização de dinheiros públicos para comprar presentes para A, B, C (assim são chamadas as testumunhas/vítimas da alegada violação).
Isto já andava a ser falado antes da intervenção militar no Líbano, mas só hoje é que chegou ao auje!
Uma coisa é certa: aqui não há imunidades políticas, ao contrário de Portugal e França, por exemplo. Se fez aneira, é investigado e ponto final, não interessa o cargo.
A silly season acabou mesmo!

Será que é desta?

Parece que a silly season israelita acabou oficialmente ontem à noite. Ou assim espero eu!
Primeiro foi Agosto, em que toda a gente sai daqui por causa do calor e da humidades insuportáveis.
Depois, a vinte e tal de Setembro foi o Rosh Hashana, o ano novo judaico, e o respectivo dia e meio de feriado.
A seguir veio o Yom Kippur, o dia do perdão, que é o dia mais importante para a religião. Os judeus passam o dia inteiro (sendo que o dia deles começa ao anoitecer) a jejuar e a arrepender-se dos pecados cometidos durante o ano. Claro que em Tel Aviv, cidade do pecado, ninguém passa o dia em meditação, vão mas é todos passear para o meio da rua (uma vez que é proibido os carros circularem, eles tomam as ruas de assalto). Está tudo, mas literalmente tudo fechado e até os canais de tv deixam de emitir.
Finalmente, veio o Sukot, a festa dos tabernáculos. Dura 7 dias e comemora a generosidade e protecção de Deus, simbolizada através das frágeis cabanas que os judeus usavam no deserto. Durante Sukot, os judeus comem e os mais religiosos até dormem nessas cabanas. Não está tudo fechado, mas os bancos e os correios só trabalham até às 11h da manhã.
Vamos ver se isto agora começa a aquecer...

I'm singing in the rain


sexta-feira, outubro 13, 2006

Este país está um tédio

Eu bem gostava de contar coisas excitantes sobre Israel e os TOP, a situação política e coisas assim, mas não se passa nada. Há que tempos que as notícias não passam disto:
  1. O cabo Gilad Shalit ora está para ser libertado ora já não está.
  2. Os outposts e colonatos ora estão para ser evacuados ora já não estão.
  3. O governo de unidade nacional entre o Hamas e Fatah ora está iminente ora já não está.
  4. O Lieberman ora entra na coligação governamental ora já não entra.

Mas também...há mais pares de sapatos que livros aqui na Residência Oficial. Não se podia esperar um nível intelectual muito alto.

A grande novidade do dia é que está de Ramsin, um vento quente que vem do deserto e que impesta a cidade de uma névoa de areia. Conclusão: está um calor que não se pode e não convém abrir as janelas para não entrar areia. Felizmente, casa que se preze em Tel Aviv tem ar condicionado e a Residência Oficial até tem dois. Outra coisa não se esperaria da minha pessoa, claro!

Eu só não sei onde é que estava com a cabeça quando decidi viver num país onde fazem 30º em Outubro. Ai tão feliz que eu fui em Paris com chuva e neve e frio...

Parabéns, oh puto!

Muitos parabéns ao meu primo André Carapito que hoje faz 17 anos e amanhã dá o seu primeiro concerto!!!
E viva o melhor baterista do mundo! (só podia ser meu primo, claro!)

quinta-feira, outubro 12, 2006

Há dias em que um Estado não devia sair da cama

A Turquia está com galo hoje. Depois da França (conf post anterior), foi a Academia sueca a atribuir o Nobel da Literatura a Orhan Pamuk, escritor turco anteriormente acusado na justiça de "insulto aberto à nação turca" e perseguido pelos nacionalistas devido à sua defesa das causas arménia e curda.
Será isto um plano concertado* para sabotar a adesão da Turquia à UE?
Será que um Estado já não pode andar por aí descansadinho a violar os Direitos Humanos?
*ou conspiração (para os fans dos XFiles) ou cabala (para os admiradores de Ferro Rodrigues)

Afinal os ex até nem são inúteis de todo...

...principalmente quando ouvem boa música. Ora, o meu ex francês (o que durou mais tempo - em todos os sentidos) já me tinha iniciado em José González, que eu neste momento consumo em doses nada moderadas, e no clã Gainsbourg. Agora apresentou-me os Iron and Wine. Sim senhor, valem muito a pena, em especial a canção The Trapeze Swinger.
Em modo repeat...

"Negação do genocído arménio torna-se crime em França" (DD)

"Os deputados franceses adoptaram hoje um projecto de lei que prevê um ano de prisão para quem negar o genocídio arménio pelos otomanos na Guerra Mundial I [...]"
Presumo que a quase totalidade da população turca residente em França vá presa, bem como qualquer representante do governo turco, caso alguma vez se desloque em visita oficial à tão moralmente superior République Française.
Isto está lindo, está...

quarta-feira, outubro 11, 2006

Israel, relação de amor-ódio

A minha relação com Israel é de amor-ódio. Quando cá cheguei, há já 10 meses, o deslumbre foi total e passei mais de 6 meses em verdadeira estado de paixão. Mas como do amor ao ódio é um ápice, passei o último mês e meio a dizer I hate this country!!!!!.
Agora que já tenho casa e tvcabo e internet e conta bancária, já vejo as coisas mais calmamente.
De qualquer modo, Israel suscita em mim sentimentos extremos. No futuro, é muito provável que os meus postos se dividam em I love this country ou, pelo contrário, I hate this country.
É só para explicar...

Susaninha a brincar aos crescidos na Terra Santa...

Susaninha a brincar às religiões...

Susaninha a brincar às senhoras crescidas com fatos à executiva...

Susaninha a brincar aos médicos...

Susaninha a brincar ao Indiana Jones...