Há tempos, num jantar com um activista político israelita, disse-lhe que o mais me surpreendia aqui era o prazo de validade dos políticos. Parece que são sempre os mesmos - Netanyahu, Barak, Peres andam cá há quanto tempo? E mais: se num dia são PMs, no outro "baixam" a ministros ou a deputados, sem que isso lhes afecte em nada a dignidade. Aliás, mesmo quando os partidos de que são líderes sofrem uma derrota vergonhosa nas urnas, estes políticos não se demitem ou, se o fazem, voltam uns anos depois, tentando reinventar-se. Nunca se pode dar por certa a morte política de alguém. Disse ainda a esse activista que, embora as caras também não mudassem muito, as coisas em Portugal não se passavam assim: um político humilhado nas urnas estava "arrumado" e havia "retiradas definitivas da vida política".
Olhando agora para o regresso de Paulo Portas e para as tentativas de Santana Lopes, percebo que devia ter estado calada.
Se a isto juntar o que se passou este fim-de-semana no CDS-PP (que me fez lembrar o último embate Sharon-Netanyahu antes daquele sair do Likud e formar o Kadima) e a novela com o CV de Sócrates (que remete para um episódio recente sobre as habilitações de uma candidata ao cargo de Ministra do Turismo em Israel), então...
Quando alguém me voltar a perguntar se sinto uma grande diferença entre Israel e Portugal, tenho que responder que aqui me sinto em casa.
2 comentários:
De qualquer modo, não estou a ver o cavaco a assediar uma assessora.
Assim de repente, quem olha para o Katsav também não diria...
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