Ontem vi a Jordânia ao longe. É uma das coisas mais curiosas de Israel. Tudo é tão pequeno e tão perto que lugares que fazem parte do nosso imaginário estão logo ali ao lado.
Em Jerusalém, basta ir ao Monte Scopus para, se estiver um dia claro, vermos a Cisjordânia e depois o Mar Morto e logo a seguir as montanhas da Jordânia. No norte de Israel, podemos ver o Líbano e a Síria. Aliás, podemos mesmo imaginar-nos na Síria se tivermos em consideração que os Montes Golãs são território sírio anexado, assunto que tem vindo muito à baila por aqui nos últimos tempos com a perspectiva de negociações com o governo sírio (parte dos políticos defendem que os montes devem ser restituídos, outros pensam que não, dado o seu interesse estratégico. Mas isso é toda uma outra questão).
Na estrada que atravessa o deserto do Neguev, a sul do país, encontram-se sinais que indicam a direcção de Gaza e de Hebron. Sim, Gaza aqui tão perto.
Em Eilat, uma estância turística no Mar Vermelho, olha-se para a direita e vê-se o Egipto. Olha-se para a esquerda e vê-se a Jordânia e uma bandeira gigantesca, para não haver dúvidas que é, de facto, a Jordânia. Deste lado, um pouco mais a sul, com um bocadinho de sorte e de bom tempo, é até possível avistar-se a Arábia Saudita. Pelo menos era o que o estava escrito no meu guia. Bastou-me imaginar que o que eu via era mesmo o reino saudita para ficar feliz!
Na Jordânia, é a mesma coisa. Em Amman, os taxistas perguntam se queremos ir a Damasco. 2 horas de viagem. Nem perguntei o preço. Poderia ser barato demais. Na estrada para Petra, vêem-se sinais que indicam o caminho para a Arábia Saudita e para...o Iraque! Sim, o Iraque! Mais emocionante que isto só mesmo indo lá! É como estar no Algarve e ver a seta que diz Espanha, mas estas dizem Iraque!!!! Lindo!
Claro que eu adorava ir a todos estes lugares. De repente, aqueles países que nós só ouvimos falar, que estão tão longe, tão fora do nosso mundo são aqui já ao lado, do outro lado da fronteira. O Iraque e a Arábia Saudita estarão, de momento, um tanto fora de mão. Mas o Líbano e a Síria aqui tão perto... e aqui tão longe. Enquanto tiver o passaporte cheio de carimbos e vistos israelitas não posso lá ir, porque como são países inimigos, não me deixam entrar. Conta-se que, na fronteira da Síria, as autoridades fazem assinar uma declaração em como nunca se pôs os pés na entidade sionista. Mas pode ser só um mito de viajante. E Gaza... Gaza... é dos meus principais objectivos para este ano. Que raios, cada vez que passava na estrada do Neguev, olhava para o sinal em direcção a Hebron e pensava se alguma vez lá iria. Acabei por ir! Porque não pode acontecer o mesmo com Gaza?
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