Notas sobre a campanha eleitoral (do pouco que eu apanhei):
- Há qualquer coisa especial na cultura política dos franceses. Em todo o lado, das livrarias aos quiosques, há livros sobre as eleições presidenciais: desde o sistema político à autobiografia do Chirac, passando por uma quantidade imensa de obras sobre os candidatos, escritos pelos próprios ou por outros (com a Ségo e o Sarko à cabeça no número de livros, só sobre este último contei 8). Não fosse a manifesta má qualidade dos candidatos, até dava gosto poder votar num país assim.
- Ouvi falar duas vezes do José Bové: numa, ele ia levando da polícia numa manifestação anti-armamento nuclear; noutra, levou com uma coisa em cima (penso que leite) de um transeunte.
- A Ségolène não larga aquele casaco branco. Tem um batalhão de jovens à saída de quase todas as estações de metro a distribuir papelada. Nessa papelada, há uma parte em que define como mãe e mulher política (tradução ranhosa de femme politique) - que político sério é que se define como pai? Não convence ninguém.
- O Bayrou é a grande surpresa.
- Sarkozy.... bem, apesar de um amigo me ter dito que não vencerá porque é demasiado anglo-saxónico, todos os eleitores com quem falei vão votar nele. Com ideias peregrinas como o Ministério da Imigração e da Identidade Nacional (roubada, aliás, a Le Pen), eu não votava nele nem à lei da bala! E dizem as más línguas que os confrontos na Gare du Nord há umas semanas foram organizados pela sua campanha para o favorecer. Eu não acredito em teorias da conspiração, mas esta é muito interessante. De qualquer forma, Presidente que se preze tem que ter andado na ENA e o Sarkozy não andou (se bem que a matrícula da Ségolène não abona muito a favor da instituição).
1 comentário:
Não gosto da Ségolène, mas tenho arrepios apenas de imaginar uma França desfigurada pelo Sarkozy. Continuo achando que ele perde por ter uma rejeição muito alta.
(mas seria até interessante ver o Bayrou eleito - direita e esquerda dizem que não querem se aliar a ele, mas eu duvido! O perfume do poder é doce demais)
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