segunda-feira, abril 30, 2007
E coisas mais interessantes?
Já não há paciência para notícias sobre Alberto João Jardim e a Madeira.
Se a Assembleia da República não quis incluir os governos das regiões autónomas na lei de limitação dos mandatos políticos. Se o PSD não tem coragem para se distanciar completamente dele. Se os madeirenses continuam a votar nele (porque eu não tenho a menor dúvida que ele vai ganhar outra vez). Se há muito que se fala da pouca transparência das contas das campanhas eleitorais e dos partidos políticos, sem que nada se investigue. Para quê continuar a escrever sobre isto? Mas valerá a pena?
sexta-feira, abril 27, 2007
Men are from Mars, Women are from Venus
O post anterior deu origem a uma conversa no messenger, da qual surgiu a teoria que se segue: "os homens são mais simples em muitas coisas, mas nisto das relações são igualmente complexos, só que entretanto ganharam a fama de simplistas e protegem-se nela." A ideia não é minha, é da minha amiga M*. (que eu não sou pessoa de roubar ideias a ninguém). É uma teoria revolucionária. As mulheres, com a arrogância sentimental que lhe é inerente (há que assumir meninas, achamos que só nós é que percebemos de sentimentos e que eles são uma cambada de energúmenos - que, às vezes, são), acusam sempre os homens de serem básicos. Mas eles podem ter baralhado o esquema e estarem numa fase mais avançada. Se calhar andamos a substimá-los...
Esta é a melhor teoria desde da "He's just not that into you"!
M., amiga, larga as leis e monta uma banquinha no Fórum, ao lado das que vendem artesanato africano, a dizer "Terapia de casal". Ou cria um blog: "M. responde".
Esta é a melhor teoria desde da "He's just not that into you"!
M., amiga, larga as leis e monta uma banquinha no Fórum, ao lado das que vendem artesanato africano, a dizer "Terapia de casal". Ou cria um blog: "M. responde".
* A M., se quiser, vem cá e identifica-se.
quinta-feira, abril 26, 2007
Break-ups and rebounds
É corrente a ideia de que, quando sofrem um desgosto amoroso, as mulheres se afogam em lágrimas, filmes romântico-depressivos, chocolates, gelados e afins, enquanto repetem centenas de vezes cada detalhe das conversas com o ex às pacientes amigas (que entretanto já desligaram e pensam na vidinha delas, sem contudo deixarem de ter o ar de quem as está a ouvir e a dar razão) e olham milhares de vezes para o telemóvel, a pensar ora "porque é que ele não me ligou ainda?" ora "e se eu lhe ligasse? nem que fosse só para ouvir a voz dele..."
Já os homens - supostamente - têm reacções mais saudáveis: saem com os amigos, ficam com os copos e apreciam as gajas boas que passam. Pois, alguém se esqueceu foi de contar o resto da história. Isto tudo é bem verdade, mas basta o álcool chegar-lhes ao cérebro (ou ao coração) e pobre de quem esteja mais próximo (que pode ser o barman, o tipo do urinol ao lado, etc)... aquilo é um chorilho de lamentações e acusações (à ex, ao tipo por quem ela o trocou, às mulheres em geral, porque ele é um coitadinho...). Sim, as mulheres fazem o mesmo, mas pelo menos é com as amigas e isto já está previsto no contrato de amizade.
O passo seguinte então é melhor ainda: se "o pobre mais próximo" fôr uma miúda... desgraçada. Depois de tudo aquilo, provavelmente ainda tem que levar com ele a atirar-se a ela, com um discurso que é um misto de "então e se nós?" e de "porque eu sou tão infeliz e preciso tanto de carinho e atenção". Mas será que um homem acha que uma mulher no seu juízo perfeito, isto é, que não esteja cegamente apaixonada (e mesmo assim...), vai ter alguma coisa com ele, depois de ter passado uma noite inteira a ouvi-lo falar da outra? Alguém está disposta a ser conscientemente a rebound girl? Nem que ele fosse o Ljungberg! Tenham juízo!
quarta-feira, abril 25, 2007
Pensamento do dia
"Belly dancing is not exercise, it's sexercise."
Yael Layla, minha professora de dança do ventre
Delírios de quem já vai no terceiro dia de feriado seguido
Delírio 1: Alguns junior officials da comunidade internacional daqui conspiraram e chegaram a um plano bastante interessante. Se a solução de dois Estados não tem concretização à vista, talvez o melhor seja recuperar o plano de um Estado binacional. Assim, o país gozaria os feriados judaicos e palestinianos. Para além destes, as missões diplomáticas ainda gozariam os seus respectivos feriados nacionais.
Delírio 2: Se os senhores de Bruxelas querem forjar uma identidade europeia, eu proponho que, em vez de manuais de História comuns, cada país comemore os feriados dos restantes Estados-membros, de forma a todos partilharem os valores e a História nacional de cada um. Assim, por toda a Europa seria feriado a 10 de Junho, a 14 de Julho, a 30 de Abril, etc, os católicos celebrariam os feriados protestantes e vice-versa. E, claro, o dia 9 de Maio também seria feriado. Incluam isso na Constituição Europeia e vejam se os franceses e os holandeses não vão logo a correr aprová-la.
terça-feira, abril 24, 2007
Israel
A Declaração de Independência, feita por Ben Gurion, foi redigida na casa ao lado da minha.
Depois de um dia de luto pela memória dos soldados que morreram nas guerras e das vítimas de terrorismo, o país festeja o nascimento do Estado. As ruas estão enfeitadas com bandeiras ou fitas azuis e brancas. Todos (ou quase todos - cidades de maioria árabe ficam mais à margem da euforia) saem, passeiam as bandeirinhas que se colocaram no carro, fazem piqueniques, ouvem canções israelitas.
Isto depois de ontem à noite ter havido mega festa popular, na melhor tradição das festarolas de aldeia de Agosto ou dos santos em Portugal: praça principal cheia de famílias, fogo de artifício, luzes, muitas luzes, música popular cantada pelo Marco Paulo local, péssima qualidade de som, muita euforia, cerveja e hotdogs. E cinco estrangeiros que, por não conhecerem nem compreenderem absolutamente nada do que se cantava por ali com tanto fervor, passaram a noite a brindar a Israel... e o dia de hoje a tentar sobreviver à ressaca. Sem piqueniques.
segunda-feira, abril 23, 2007
Há dias assim
Hoje acordei angustiada e insegura. Em relação a tudo. A hoje, a amanhã, a daqui a uns meses. À minha vida académico-profissional, sentimental (?!!!! isso existe?!), social, financeira e até em relação às coisas parvas do dia-a-dia - o dvd para entregar antes que tudo comece a fechar por causa dos feriados, as contas para pagar, o arrendamento da casa, as idas ao ginásio, a minha dieta (sim, estou outra vez em dieta, sendo que desta vez é água, alface e uns pózinhos para a celulite da L'Oréal). É um sem fim de coisas mínimas que não matam, mas moem. Que fazem dar voltas na cama durante muito tempo. Que fazem sentir um aperto no coração e um buraco no estomâgo (ou será a fome provocada pela dieta?). Que envelhecem. Que me fazem estar cansada de brincar aos crescidos. E a hora do recreio que nunca mais acaba...
Serão as hormonas? Premonições? O calor? As comemorações do dia dos caídos de guerra (ouvir duas vezes a sirene em menos de 24 horas não ajuda)? A distância de casa e de um país que, mesmo não funcionando bem, se rege por regras sociais que eu conheço e uma língua que domino (agora deu-me para o discurso das saudades da pátria, isto não está mesmo fácil)?
Não sei, mas esta angústia está a dar-me cabo dos nervos. E ainda agora vim de férias...
domingo, abril 22, 2007
Ainda o Sporno*
Coupling:
Jane: Ele mudou-se para o outro lado da rua há um mês. Lindo!
Susan: Lindo como?
Sally: De revistas de moda?
Jane: Melhor que isso.
Sally: Anúncios para a barba?
Jane: Pornografia homossexual!
Sally e Susan: Uau!!!
*Quem não se lembrar do conceito, ver aqui.
Jane: Ele mudou-se para o outro lado da rua há um mês. Lindo!
Susan: Lindo como?
Sally: De revistas de moda?
Jane: Melhor que isso.
Sally: Anúncios para a barba?
Jane: Pornografia homossexual!
Sally e Susan: Uau!!!
*Quem não se lembrar do conceito, ver aqui.
sexta-feira, abril 20, 2007
Tel Aviv
Como eu nunca postei fotos de Tel Aviv, aqui está um video que dá uma bela ideia da cidade. Claro que, não sendo da minha autoria, tem algumas coisas a mais (meninas) e outras a menos (não, não falo de meninos, falo de outros lugares, ruas e detalhes que fazem parte da "minha" Tel Aviv). De qualquer forma, vale a pena.
quinta-feira, abril 19, 2007
Paris III
Ainda não falei do que fiz em Paris, coisa fundamental!
Muita Fnac, muita Gibert Jeune, muita Virgin, pouca Shakespeare and Cº que aquilo está sempre cheio de turistada, muitos livros trazidos na mala. Comprei a banda sonora do Ils se marièrent et eurent beaucoup d'enfants na Virgin do Champs Elysées, na esperança que o Johnny Depp partilhasse comigo o Creep dos Radiohead. Não aconteceu.
Muitas recordações estranhas como o cheiro da linha 12 do metro, do RER B, de uma loja na Rue de Buci, da cafetaria da Scpo, as compras no Franprix, o quiosque de revistas da estação de Denfert.
O novo museu - o Quai Branly - e o velhinho d'Orsay, a exposição de pintura e fotografia do David Lynch (o senhor é ainda mais perturbado do que parece nos seus filmes), a Colette umas tantas vezes e com ela toda a Saint-Honoré, a Muji milhares de vezes, as lojas de design do Marais e uma pita no Chez Marianne, a parafarmácia de Les Halles que tem os cremes escandalosamente mais baratos que em Portugal, o KikiMimi em doses industriais (desconfio que nas minhas veias corre agora Nutella em vez de sangue).
O que ficou por ver: os sapatos Balenciaga. Eu fui ao Le Bon Marché, ao Printemps, às Lafayette, à Saint-Honoré. Com os pés quase ensanguentados e a ver que a minha mãe se me ficava em frente à YSL, tal era o seu estado de exaustão, percorri a Montagne de um lado a outro e todas as ruas e ruelas até à George V e... nada. Nem um único só para me fazer o gosto ao olho.
Ficou muita coisa por ver e por fazer...
terça-feira, abril 17, 2007
Paris II
Notas sobre a campanha eleitoral (do pouco que eu apanhei):
- Há qualquer coisa especial na cultura política dos franceses. Em todo o lado, das livrarias aos quiosques, há livros sobre as eleições presidenciais: desde o sistema político à autobiografia do Chirac, passando por uma quantidade imensa de obras sobre os candidatos, escritos pelos próprios ou por outros (com a Ségo e o Sarko à cabeça no número de livros, só sobre este último contei 8). Não fosse a manifesta má qualidade dos candidatos, até dava gosto poder votar num país assim.
- Ouvi falar duas vezes do José Bové: numa, ele ia levando da polícia numa manifestação anti-armamento nuclear; noutra, levou com uma coisa em cima (penso que leite) de um transeunte.
- A Ségolène não larga aquele casaco branco. Tem um batalhão de jovens à saída de quase todas as estações de metro a distribuir papelada. Nessa papelada, há uma parte em que define como mãe e mulher política (tradução ranhosa de femme politique) - que político sério é que se define como pai? Não convence ninguém.
- O Bayrou é a grande surpresa.
- Sarkozy.... bem, apesar de um amigo me ter dito que não vencerá porque é demasiado anglo-saxónico, todos os eleitores com quem falei vão votar nele. Com ideias peregrinas como o Ministério da Imigração e da Identidade Nacional (roubada, aliás, a Le Pen), eu não votava nele nem à lei da bala! E dizem as más línguas que os confrontos na Gare du Nord há umas semanas foram organizados pela sua campanha para o favorecer. Eu não acredito em teorias da conspiração, mas esta é muito interessante. De qualquer forma, Presidente que se preze tem que ter andado na ENA e o Sarkozy não andou (se bem que a matrícula da Ségolène não abona muito a favor da instituição).
segunda-feira, abril 16, 2007
Paris I
Ai Paris, Paris...
Cinco minutos em Paris e percebi logo que isto de querer viver em países em conflito é tudo muito bonito, mas não é para mim. Pelo menos a longo prazo - tenho que pensar que a curto prazo é possível se não tenho os meus planos de vida estragados.
A arquitectura (é outra escala, como diz um amigo meu), as ruas, as montras, as livrarias, as lojas de design, os comportamentos, as roupas. Senti que, de repente, tinha saltado para dentro do Sartorialist . E as pessoas? Eu até já me tinha esquecido quão elegantes são as parisienses (excluindo as banlieue). E eles... lindos que não se pode, bem vestidos, charmosos. É outro nível, sem dúvida.
sexta-feira, abril 06, 2007
25
Muito obrigada a todos os que, por todos os meios à disposiçao, a horas ou mais tarde, conhecidos e menos conhecidos, se lembraram de mim no meu aniversàrio.
Paris continua muito emocionante. Ainda nao contactei toda a gente, eu sei, mas vou faze-lo, don't worry.
Até breve.
segunda-feira, abril 02, 2007
Susaninha nas nuvens
Abençoada ScPo (e malditos teclados franceses, aviso que nao ha acentos). Ca estou a usar a internet na cafetaria e a ver se consigo encontrar a Cheila e o Thomaz. Entrar aqui foi, ate agora, o momento mais emocional que tive desde de que cheguei a Paris. Nem no KikiMimi me senti assim. Esta fac entranha-se nas pessoas, nao sei... Ate ja penso que, se calhar, tambem devia tentar o mestrado aqui, em vez de pensar so em Londres.
Digam o que disserem, o mundo civilizado é outra coisa. O meu cerebro està muito mais arejado. Qual terra santa, qual quê! O mundo està a norte dos pirineus. Acho que dia 15 me algemo à Ponts des Arts e digo daqui nao saio, daqui ninguém me tira.
E agora, Saint Sulpice m'attend.
Subscrever:
Mensagens (Atom)