sexta-feira, agosto 31, 2007

Palestinian Fashion Victim

Os lenços palestinianos sempre estiveram na moda, mas a nova colecção Balenciaga (que, diga-se, é a melhor deste inverno; eu estou encantada) tornou estes lenços no must-have da estação.
Cada vez que uma figura pública os usa, dá sempre confusão - do Zapatero ao Ricky Martin. Não percebo porquê - afinal a luta do povo palestiniano é internacionalmente reconhecida, a polémica está nos meios a que alguns grupos recorrem nessa luta. Veremos como será este Outono/Inverno, depois da fashion/political statement da Balenciaga. Não sei se foi, de facto, um statement da marca, mas não acredito na ingenuidade dos criadores. Aguardam-se as consequências para a causa palestiniana.
O lenço Balenciaga está mais acessorizado que o original, mas também é significativamente mais caro: mais de 5 000 euros em comparação com os prováveis 10 que custará na cidade velha de Jerusalém (imagino que em cidades palestinianas menos turísticas seja ainda mais barato). Por mim, contentar-me-ei com um original - até porque por mais que o outro seja Balenciaga, um original comprado in loco tem sempre outro significado.
Embora já tenha vistos jovens a usarem o lenço aqui em Israel (provavelmente israelitas de extrema-esquerda), vou guardar o meu para quando regressar a Portugal.
I am a political fashionista.

quinta-feira, agosto 30, 2007

Long live Sophia Coppola

Ontem, ao procurar o video dos Windsor for a Derby, descobri este, "I want candy" dos Bow Wow Wow.
Repare-se no pormenor aos 02:35. Já me tinham alertado para o detalhe, que é delicioso. Como me escapou no filme, eu estava ansiosa por o rever em DVD. Afinal, aqui está

quarta-feira, agosto 29, 2007

Obsessões

Windor for the Derby, Melody of the Fallen Tree, da banda sonora do filme Marie Antoinette.
Não consigo parar de ouvir esta música!

segunda-feira, agosto 27, 2007

O ombro do pecado

Domingo. Dia Santo. Deu-se milagre: antes da sete da manhã já eu estava levantada para ir turistar por aí. Plano: ir a Haifa, onde existe um templo Bahai, uma religião que reúne as personagens importantes das outras religiões, de Moisés a Buddha, passando por Jesus e Maomé, e os considera a todos profetas bahai (abstenho-me de comentar).
Chegada a Haifa, a fome começou a apertar, que o corpinho não está habituado a levantar tão cedo, ressente-se, coitadinho. Mulher prática que sou, resolvi pôr-me a andar em direcção ao tal templo, até porque aquilo era num monte bem alto e ia levar tempo a chegar lá. No caminho, pararia num café. Só que a terceira maior cidade de Israel, que se orgulha de tanto trabalhar ("In Jerusalem you pray, in Tel Aviv you play, in Haifa you work"), não tem cafés! Restaurantes de falafel e shwarma a tresandar a fritos logo às nove da manhã é aos pontapés! Cafezinho com croissant, nem vê-lo! Isto, a juntar às subidas íngremes da cidade, ao calor que já fazia e ainda não eram dez da manhã e às gotas de suor que já me escorriam pela testa e costas, não augurava nada de bom.
Sem croissant e ainda enjoada com o cheiro da falafel, lá avistei a entrada dos jardins do templo. O segurança que estava nos portões vem ter comigo e diz-me que aquilo é um lugar santo e por isso eu não podia entrar com os ombros à mostra. " Mas eu não tenho os ombros à mostra, até tive o cuidado de escolher esta t-shirt exactamente por causa disso" - pensei eu na minha ingenuidade. Qual quê! Estavam ali dois dedos de pele a descoberto que enlouqueciam Deus! O facto da t-shirt ser um pouco curta e desnudar parte da minha barriga não importava, mas aquele pedaço de pele, ali na fronteira entre o ombro e o braço era demasiado erótico e poderia perturbar o Senhor lá de cima que, ao que parece, tudo sabe e tudo pode, mas que só deve ver a pouca vergonha de um ombro semi-desnudado quando este lhe aparece às portas do jardim. Aí, Deus fica que nem pode! Terá medo de cair em tentação e não ter ninguém a quem recorrer para O livrar do mal?
Este pessoal mata em nome de Deus (e não são só os muçulmanos!), homens, mulheres e crianças, estropiam-se uns aos outros sem piedade, é só sangue e tripas de fora, mas um ombro à mostra... vade retro santanás... mulher perdida na vida!
Ainda fui procurar uma loja para comprar um lenço que cobrisse o ombro do pecado (e um café aberto... sim, ainda), mas claro, numa cidade onde não se encontra um sítio para tomar o pequeno-almoço, também não se há-de encontrar uma loja que venda lenços.
Conclusão, fui-me embora. Do templo bahai e de Haifa.
No fundo, acho que isto foi um sinal de Deus a dizer "Lá por estares na Terra Santa, não te entusiasmes que Eu não quero nada contigo". Pois, o Senhor que não se preocupe que o sentimento é mútuo.

sábado, agosto 25, 2007

sexta-feira, agosto 24, 2007

Silly Season

Este blog está uma seca, eu sei. Logo agora que a Rititi me considerou a cuequinha importante. Mas o mundo está uma seca! E quando algo acontece, ou não é digno de registo ou, pelo contrário, é tão digno de registo que eu fico sem palavras. Às vezes vejo tais barbaridades na política internacional que começo a pensar que devia ter ido para cabeleireira.
Quando o mundo regressar de férias (sim, o mundo, porque eu continuo a trabalhar e a sonhar com uns diazinhos fora de Tel Aviv, assim no Sinai ou em Moscovo), o blog voltará à sua actividade normal.
Por enquanto, ficam as fotos da Terra Santa.
Enjoy!

terça-feira, agosto 21, 2007

sábado, agosto 18, 2007

Shabbat Shalom

Reserva natural de Banias

quinta-feira, agosto 16, 2007

Sobre Israel

Ontem, em Jerusalém, na mesa ao lado um israelita dizia a uns estrangeiros:
"Em Jerusalém, encontram-se as pessoas mais tresloucadas das três religiões. Judeus, cristãos e muçulmanos.
Tel Aviv é uma mentalidade completamente diferente. A cidade funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana. Em certas coisas, é ainda mais liberal que Amesterdão."

terça-feira, agosto 14, 2007

That kind of girl

Há dias ouvi alguém dizer "I'm not that kind of girl", sendo que esse "kind of girl" significava uma rapariga que dorme com o rapaz logo na primeira noite.
É curioso que, mesmo dizendo-se modernas e independentes, estas mulheres são as primeiras a fazer o comentário machista e a deitar a baixo qualquer luta feminista. Nunca eu conheci um homem que fizesse este tipo de comentários ou que desrespeitasse uma mulher por ela ter dormido com ele na primeira noite. Se calhar são até as mesmas que, com um tom acusador e dedo espetado contra o seu interlocutor, dizem aquela frase mais que batida "Um homem que tem muitas parceiras é um garanhão e uma mulher na mesma situação é uma puta", esquecendo-se que são elas próprias as primeiras a discriminar.
Curioso é também que, por vezes, esta frase tão afirmativa é usada ou no banco de trás do táxi, entre um beijo escaldante e outro, a caminho de casa dela, ou já na manhã seguinte, antes que ele se vá embora e não lhe peça o número de telefone. "I'm not that kind of girl, you know?". He knows, he knows, claro que sim, ela não é desse tipo, não, nunca faria uma coisa dessas, ele é que é especial, ela olhou para ele no meio do bar e, entre um shot de whisky e uma vodka limão, achou que ele era diferente, digno de um comportamento tão leviano por parte dela, claro que sim, isso e os bebés virem de cegonha.
Ainda sobre isto alguém me dizia que se dormisse com alguém na primeira noite não podia estar à espera de ter uma relação séria com essa pessoa. E se não dormir, pode? Poder-se-à decidir, na primeira noite, depois de poucas horas de convívio, que se quer ter uma relação séria com a outra pessoa? Tenham paciência.
Não que eu defenda que agora toda a gente saia por aí a dormir com estranhos a torto e a direito, mas o "that kind of girl" implica um juízo de valor bastante pejorativo em relação a quem o faz. E quem o faz pode fazê-lo a torto e a direito ou não. O ritmo de uma relação ou de uma não-relação deve ser marcado apenas pelo indivíduo e o casal e não pela moral alheia.

domingo, agosto 12, 2007

Israel

Crianças haredim em Safed, uma das cidades mais importantes do Judaísmo.

A pedido de muitas famílias, vou tentar postar mais fotos de Israel.
A ver se alguém se entusiasma a vir cá fazer uma visita. E quem não pode, viaja através das fotos.

sábado, agosto 11, 2007

Serviço Público

Há homens que são como uma exposição itinerante. Lindos e vistosos, sabem que o são e, por isso, gostam de se exibir, desfilar de um lado para o outro, posicionar-se em lugares onde podem ser vistos por todos/as.
No entanto, como qualquer outra obra de arte, mantém-se distantes, quase com um cordão de segurança que ninguém consegue atravessar. Ignoram ou fingem ignorar os olhares desejosos até dos admiradores mais "interessantes". Não se toca. Pode estragar.
Nós admiramo-los. É impossível tirar os olhos deles. Já se sabe, não se toca. Até porque excesso de auto-estima já eles têm.
Depois a exposição acaba, passa para um novo lugar, que os outros também têm direito a ver o belo. Nós também passamos a outra actividade, que ver exposições não alimenta estômagos esfomeados.
Mas quem não gostaria de ter o David em casa, na colecção privada?

Shabbat Shalom

Câmara Municipal de Tel Aviv

quinta-feira, agosto 09, 2007

Raios partam as notícias, pá!

Sai uma pessoa mais cedo do trabalho, já a imaginar-se estendida na areia a ler um livro e a aproveitar o resto dos raios de sol do fim da tarde, quando liga a televisão para saber das últimas, ao mesmo tempo que começa o ritual do tira-roupa-veste-bikini-põe-protector, e ouve que o actual estilo de vida ocidental, que inclui entre outras coisas passar muito tempo a esturricar ao sol, fez aumentar em 23% o cancro de pele. Eu nem me preocupo tanto com o cancro, mas o excesso de sol também provoca envelhecimento cutâneo....
Lá se foi a minha vontade de ir para a praia. Estendi-me no sofá a ver o CSI, que entretanto não sei como acabou porque adormeci.
Vida deprimente...

Orgulho em ser português



Aparecer na primeira página do IHT por causa de uma prática circense, bárbara e ultrapassada já é mau, mas aparecer por causa uma criatura que não cumpre a lei e ainda se orgulha disso é o fim do mundo.

Esta série é uma Bíblia!

Sex and the City:
"I won't go for less than butterflies".
Pois... nem eu...

quarta-feira, agosto 08, 2007

Uma vida de trabalho

Já estamos em Agosto e eu nem dei por isso.
É a primeira vez que trabalho em Agosto. Aliás, é a primeira vez que trabalho na vida, mas isso são pormenores. Normalmente, Agosto era aquele mês em que não se fazia nada, um tédio de morte em Coimbra, em que eu ficava a arrastar-me em casa sem energia sequer para ler um livro. Lá ia passar uma semanita ao Algarve com as meninas, um fim-de-semana na casa na terrinha dos avós, pouco mais.
Agora, a trabalhar, tenho a sensação que ainda estamos em Junho (sim, porque Julho era mês de exames ou de férias, algo que também não se repetiu este ano). E de Junho hei-de passar directamente para Setembro ou até Outubro. Não fossem as altas temperaturas e a invasão de turistas americanos e franceses que transformaram Tel Aviv numa coisa a meio caminho entre Vilamoura e Armação de Pêra, eu diria que o Verão não tinha passado pela Terra Santa.
Vidas de trabalho, é o que é...

domingo, agosto 05, 2007

Os homens são de Marte, as mulheres são de Vénus e a moral... vai-se lá saber

Quando um homem casado tem uma relação extra-conjugal é um filho da mãe, que se deixa levar por qualquer uma que lhe aparece e não respeita filhos e mulher - a desgraçada que fica em casa a cozinhar e a passar-lhe as camisas. Já uma mulher casada que trai é uma vítima de um casamento falhado, da falta de atenção do marido, fê-lo porque se sentia vazia e não amada. Basta ler qualquer revista ou ver a Oprah, essa grande senhora, para ver entrevistas ora da vítima traída por um marido sem moral, ora da vítima que traiu porque não se sentia preenchida pelo casamento.
Deve ser para compensar o facto de, em solteira, uma mulher com vários parceiros ser uma puta e um homem ser o maior (se bem que acho que não só isto já não é bem assim como, ainda sendo, é culpa sobretudo das mulheres; mas este é assunto para outro post)
Chego, portanto, à conclusão que a verdadeira libertação da mulher se dá depois do casamento. A partir daí, os comportamentos "libertinos" são bastante mais justificáveis.
E eu que continuo sem sequer um noivo...

quarta-feira, agosto 01, 2007

Angustia...

.... por ter a sensação que não me despedi devidamente de alguém que não sei quando e se voltarei a ver.