Mudei de vida, de cidade, de país, de actividade profissional, de língua de trabalho, de ritmo de vida.
Mudei de blog.
Se alguém ainda vier à Residência Oficial que faça o favor de se mudar para aqui.
quarta-feira, setembro 10, 2008
terça-feira, janeiro 15, 2008
Fechado para Obras
Informamos os nossos estimados leitores que Susaninha deixou de brincar aos crescidos. Já não trabalha, não usa roupas de senhora, não está no centro do conflito do Médio Oriente., não vive sozinha. Os próximos meses serão passados entre o sofá a fazer zapping e o estrangeiro a carregar uma mochila maior que ela, pelo que a Residência Oficial vai fechar para obras por tempo indeterminado.
Os nossos agradecimentos,
A Gerência.
quarta-feira, janeiro 02, 2008
Susaninha no Shopping
Depois de dois anos na Terra Santa onde eu não pude dar aso aos meus instintos consumistas (até na Arábia Saudita há a Bershka e em Israel não! Não que eu ainda tenha idade para fazer compras na Bershka, mas é só para dar um panorama da desgraça), estou a tirar a barriga (que está bem grande depois das festas) de misérias nos saldos. E as rebajas na Zara ainda nem começaram!
Não que eu queira! Eu não quero, que não posso, que desde ontem que estou oficialmente desempregada (antes estava de férias), que tenho um périplo pelo Médio Oriente e outro pela Europa para fazer, que estou em contenção de custos, que há dias nem um 1.50 euros de consumo mínimo eu queria pagar num bar.
Mas mãezinha (que não viveu na Terra Santa, é bom que se diga) anda numa fúria consumista que não se pode. Que está tudo muito caro durante o resto do ano e não se pode comprar nada. Que não há fome que não dê em fartura. Lá tenho que ir eu ao shopping, a reboque, a ver se controlo a senhora. Depois, ando por lá aborrecida, atrás de mãezinha e ponho-me a experimentar uma pecita ou outra a ver se o tempo passa mais depressa. Pois que mãezinha, na sua ânsia de compras que leva tudo à frente, vê a sua menina tão bonita e diz logo "Ai, leva, leva...". "Ai, que não posso, que não posso...". "Ai, leva sim senhora que eu ofereço".
Mãezinha já não tem idade nem saúde para ser contrariada. Que posso eu fazer? Levo, pois levo... mas eu no fundo não queria, não senhor...
terça-feira, janeiro 01, 2008
quinta-feira, dezembro 27, 2007
Quem?
"It sounds lame, but I have to go cause football starts at 22.30."
Há alguma mulher neste mundo que consiga desviar um homem de um jogo de futebol?
Várias horas de voo e um Natal depois...
Não.
Eu não morri, não fui presa pelo Shin Bet por levar na mala lenços palestinianos, faixas da Fatah ou cartuchos das forças armadas israelitas (enviei tudo pelo correio que não sou doida) nem fui raptada pelos grupos tribais da Faixa de Gaza (se bem que... se fosse a maneira de eu lá ir).
Nada disso. Estou é a tentar digerir os sonhos, as rabanadas, o arroz de polvo, o bacalhau, o peru, o leite creme, os profiteroles, o cozido, os bombons. E a lutar com todas as minhas forças (que depois disto tudo já não são muitas) para não me afogar na minha própria gordura.
quarta-feira, dezembro 19, 2007
Nem me digam nada
Ando a tratar das burocracias todas para me ir embora. Isto, claro, fora o trabalho, o empacotar e o dizer adeus a todas as pessoas (eu não gosto de festas de despedida e, por isso, tenho tentado estar com cada um dos meus amigos individualmente - asneira!).
Há uns dias, o nível das complicações suscitava-me sentimentos contraditórios: não sabia se queria sair daqui ou, pelo contrário, ficar eternamente para não ter trabalho.
Agora, todas as contradições se desvaneceram: "Tirem-me daqui o mais depressa possível!!!! Eu pago! Tudo o que fôr preciso!". Mas, tal como a imagem, sempre glamourosa que hoje tenho uma festa. E daquelas chiques!
quinta-feira, dezembro 13, 2007
Eu também quero um mundo feito à minha medida
Eu também um viver num mundo onde haja :
liberdade de expressão desde que todas as expressões estejam de acordo com o meu ponto de vista;
liberdade política desde que todos votem no meu candidato (neste caso talvez o melhor seja tornar-me Presidente dos EUA);
liberdade religiosa desde que todos sejam ateus;
liberdade sexual desde que todas as mulheres se tornem lésbicas e todos os homens atraentes sejam hetero.
Eu também quero viver num mundo perfeito!
A falta de liberdade de expressão no que se refere à religião é o primeiro passo para o fim da liberdade religiosa.
quarta-feira, dezembro 12, 2007
Eles estão no meio de nós
Eu já tinha ouvido falar neles. Sabia que eles existiam, mas era lá mais nos EUA, que são uma espécie de Entroncamento, onde todas as bizarrias são possíveis (se bem que, às vezes, Jerusalém é um bocadinho assim).
Mas eles existem de facto. E vivem no meio de nós, disfarçados de pessoas normais, que saem à noite e até bebem uns copos. Falo, claro está, de pessoas que rejeitam as teorias evolucionistas de Darwin porque acreditam no criacionismo.
Eu descobri que conheço um. E não é norte-americano.
Ciência, perdoai-lhes que eles não sabem o que fazem....
segunda-feira, dezembro 10, 2007
terça-feira, dezembro 04, 2007
Já não estar aqui
Faltam precisamente 17 dias para eu me ir embora. Deixar emprego, casa, alguns amigos, Israel.
Não estou triste nem contente.
Estou noutra. Nos amigos que vou visitar, ou não. Nos cursos que vou fazer, ou não. Nas viagens que vou fazer, ou não.
Definitivamente, desde Annapolis que já não estou aqui.
sexta-feira, novembro 30, 2007
quarta-feira, novembro 28, 2007
Amigos, Amigos, Negócios à parte
A próxima vez que forem a um país árabe e alguém vos oferecer vinte camelos pela namorada, amiga, mãe ou irmã aceitem que é bom negócio.
Fiquei a saber neste meu fim-de-semana em Wadi Rum que um camelo bebé pode custar aos 1 000 euros, um adulto 2500 e um camelo de corrida chega a custar 10 000 euros.
É negócio!
terça-feira, novembro 27, 2007
A raíz de todos os males
"Um estudo realizado por cientistas do Far Eastern Memorial Hospital, em Taipei (Taiwan), sugere que os homens fumadores correm mais riscos de virem a sofrer de calvície."
Alguém devia considerar seriamente a hipótese de responsabilizar o tabaco pelo conflito do Médio Oriente.
Só um desabafo
Acho imoral que uma instituição (com a excepção talvez da UN e mesmo assim) exija experiência profissional na área ao candidato a um estágio não remunerado.
Pensam o quê? Que alguém vai conseguir encontrar emprego na área em questão, trabalhar, provavelmente ser mal pago por estar em início de carreira e poupar dinheiro para depois poder pagar o seu próprio estágio?
Está tudo louco!
Pronto, já desabafei. Agora posso voltar ao meu estado zen e continuar a sonhar com o meu beduíno. Para que preciso eu de um estágio não remunerado no meio do deserto?
segunda-feira, novembro 26, 2007
Estive perto, muito perto
De largar tudo e ficar com este homem em Wadi Rum. Deixar horários, poluição, barulho, consumismo e viver como uma beduína no deserto jordano, ao lado daqueles olhos e daquele sorriso.
Nas negociações para o casamento, encalhámos no número de filhos. Ele queria seis, eu não queria um único. "O deserto e os filhos... é tudo o que temos", disse ele. "Meu rico corpinho", pensei eu.
As questões higiénicas também levantariam alguns problemas. Eu lavo os dentes três vezes por dia. Ele lava de três em três dias.
Acho que mais três ou quatro dias e o choque de civilizações era ultrapassado.
Tenho que repensar a minha vidinha, tenho...
"Para que queres um mestrado no deserto?", disse ele...
quinta-feira, novembro 22, 2007
O que custa ser mulher... ou transgender... ou drag queen...
Chegado o inverno (sim, porque até a Tel Aviv já chegou o inverno), todo o povo dado à feminilidade se depara com um sério desafio: comprar collants. É preciso ser profissional na actividade. Eu, amadora, tentei a minha sorte por estes dias.
Meias-calças ou ligas? De lã ou de lycra? Opacas ou transparentes? Se transparentes, que densidade? Pretas ou cor de pele? Que marca? Como se não bastassem já estas questões primordiais para complicar a escolha, este ano as tendências da moda dificultam ainda mais a decisão. Azuis, cinzentas, roxas? Simples, rendadas, com desenhos? Leggings? Com pé ou sem pé? É um sem fim de dúvidas existenciais...
Opto finalmente por meias de ligas daquelas com adesivo anti-derrapante, que as outras são muitos desconfortáveis e ficam sempre a ver-se na cintura. Opacas. Azuis para combinarem com os meus sapatos novos.
Resultado final:
De manhã, reparo que as meias não são tão opacas quanto as que aparecem na Bíblia (leia-se Elle). Raios partam as densidades, que eu não percebo nada daquilo.
No fim do dia, já de regresso a casa, cheia de pressa que estava a começar a chover, começo a sentir as meias as escorregar. Não querendo fazer uma cena pseudo-erótica no meio da rua ao subir o vestido para puxar as meias até ao meio das coxas, começo a andar mais devagar. No momento em que as meias me chegam aos joelhos e na impossibilidade de tomar uma atitude radical, género tirar as meias de uma vez, porque não tenho a depilação em dia (e isto acontece sempre nestes momentos inoportunos), limito-me a rezar. Rezo para que as meias não desçam para além da linha da gabardina. Resultou, ou não estive eu na Terra Santa!
Conclusões a tirar:
Abençoadas feministas que introduziram as calças como peça de vestuário feminino.
As meias de ligas ainda serão as responsáveis por eu me tornar uma mulher de fé.
segunda-feira, novembro 19, 2007
Coisas que me fazem feliz
Eu não disse nada quando encontrei ou conheci gente importante, tipo MNEs, PMs, Prémios Nobel, mas desta vez não me aguento.
Eu vi o Tony Blair e ele disse-me olá!!!!!!!!!! Lalalalalalala tralalalala!!!!!!!
Dispensam-se comentários do género "O Tony Blair? O da guerra do Iraque? Bahhh..." ou "O Tony Blair? Mas ele disse-te olá como? Conheceste-o? Falaste com ele? Apertaste-lhe a mão? Tiveram uma reunião?". Os pormenores não são importantes.
O que interessa mesmo é que eu estava sentada por acaso (e por por acaso entenda-se estratégicamente sentada no lobby do hotel virada para a porta depois de ter sido avisada pelos meus informantes que ele chegaria a qualquer momento) no lobby do American Colony Hotel, quando Mr. Tony Blair entra, olha para nós, sorri e diz Hi. E o Hi foi mesmo só para nós (eu e mais dois amigos) porque não estava lá mais ninguém.
"I saw Tony Blair and he said Hi"
sexta-feira, novembro 16, 2007
Diário de uma dieta II
Segundo dia: almoço de trabalho. Importante. Hotel de várias estrelas. Resisto ao pão demolhado em azeite, ao vinho, aos figos da entrada (não podia comer fruta), à batata assada (não podia comer hidratos de carbono). Chega a sobremesa. M****!!! Não é todos os dias que nos aparece uma coisa com aquele aspecto. Escorreguei. "Mas é só desta vez..."
Fim-de-semana. Vida social não se compadece com dietas. Resisto. "Não chora, aguenta". Entulho-me em pepino com labaneh, fatias de queijo magro e fiambre (abençoados supermercados russos que se recusam a ser kosher), tomate-cereja. Queixo-me às amigas da falta de receitas sem hidratos de carbono. Caridosa, mas inutilmente enviam-me receitas de saladas de frango. Com cenoura, milho e maçã, alimentos absolutamente proibidos. Resisto ir ao cinema sem comer um chocolate. Mas até o cheiro das pipocas, coisa que eu acho que devia ser terminantemente proibida no cinema, me deixa com água na boca.
Chego heroicamente ao fim da primeira semana. Caio de cama com uma gripe que não se pode. Sinto-me a mais infeliz das criaturas. Ataco a Nutella. Como cereais de manhã. Deixo-me vencer pelas bolachas e folhados com que a entidade patronal povoa o meu local de trabalho.
Resistência ou Obesidade?
Morbidez absoluta.
quinta-feira, novembro 15, 2007
Diário de uma dieta
O início já não augurava um bom resultado: começar uma dieta que promete a perda de 3 a 5 kg nos primeiros 14 dias sem sequer me pesar só demonstra que a coisa não será levada a sério.
A balança foi um objecto apagado do meu imaginário quando, há talvez 15 anos, a que havia lá em casa se avariou e nunca foi substituída. Possivelmente isto que já revela que tanto eu como o resto da minha família prefere viver em estado de negação ou pelo menos de ignorância. O meu desprezo pela dita é tal que, mesmo agora tendo uma balança em casa deixada pelo anterior inquilino, raramente me lembro de me pôr lá em cima. Quando o faço, penso logo "Humm, cheira-me que isto deve estar desregulado", que foi a primeira fase de negação que se viveu lá em casa antes da dita balança avariar de vez.
Primeiro dia:
O meu local de trabalho, como de costume, está cheio de bolachas, brownies, folhados e outros que tais. A seguir, alguém me diz que há sufganyot na cozinha. "Já não está fácil e eu ainda estou só a começar". A entidade patronal não está a ajudar. Deveria eu processá-la por contribuir, quiçá ser a responsável máxima pela minha obesidade a roçar a morbidez? Se estivesse nos EUA era possível... Humm, se bem que há quem diga que Israel é o 51º Estado norte-americano. 52º, se contarmos com o Reino Unido. Não, 51º, que o Brown não vai na gracinha. Bem, de qualquer forma não sei se a lei israelita (ou norte-americana, for that matter) se aplica. Desisto da ideia e resigno à minha sina.
Resistência ou Obesidade!!!!
(Continua amanha para o post não ficar muito grande. Afinal isto é suposto ser um diário)
sábado, novembro 10, 2007
Eu sinto que isto já não dá para muito mais
Quando, num sábado à noite com dois bons convites para sair, opto por ficar em casa a ouvir Moby e a ler um livro em inglês de 700 páginas e letras miudinha sobre o Líbano.
Ao menos, consola-me constatar que "aquele que podia tão bem ser o homem da minha vida não estivesse ele a mais de 3 000 kms de distância" também está na net a um sábado à noite, em vez de estar num bar a beber umas cervejas. Haverá futebol?
quarta-feira, novembro 07, 2007
'Men who are too good looking are never good in bed because they never had to be.'
Carrie Bradshaw, Sex and the City
A minha reduzida experiência em matéria sexual não me permite confirmar tal afirmação (às vezes convém dar uma de santa).
Contudo, tenho que reconhecer que os homens menos atraentes sabem ser muito mais sedutores e conquistar melhor uma mulher que os homens bonitos. E porquê? Porque os homens bonitos não precisam de se esforçar, basta-lhes existirem, estarem lá, dizerem Olá. É um facto. Não vale a pena negá-lo.
Os outros têm que desenvolver outras técnicas, saber conversar, ser diferentes, deixar-nos sem palavras.
Todos têm o seu tempo e lugar.
terça-feira, novembro 06, 2007
Frase do dia
"Não estou para ser o Guronsan da ressaca amorosa de ninguém".
É a melhor frase desde o "Senão coiso, não coiso".
terça-feira, outubro 30, 2007
segunda-feira, outubro 29, 2007
Sem tempo para respirar
Neste país são umas atrás das outras.
Ainda uma pessoa está a recuperar de uma, a inteirar-se dos pormenores e a tentar compreender as implicações e já outra notícia bombástica aparece.
Ufa!
Outro Momento Musical
When you smoke all my weed man
You gotta call the green man
So I can get mine and you get yours
Amy Winehouse, Addicted
Há algo de extremamente profundo nestes versos.
domingo, outubro 28, 2007
Momento musical
Les ex c’est comme un expresso ça se boit vite ça se boit chaud
C’est pas comme l’amour impossible
Les ex c’est toujours accessible
Seul ustensile un bout d’ latex un coup de fil et un duplex
Y a plus besoin de mode d’emploi
On a déjà fait ça x fois
Camille, Les ex
quinta-feira, outubro 25, 2007
É por causa destas e doutras que o mundo está como está
A criatura passa mais tempo à frente do espelho do que a treinar futebol, gasta mais dinheiro em roupa que qualquer outro homem no mundo, muda de penteado a cada três-quinze-dias, é um ícone gay, tem uma mulher mais pirosa que uma Barbie, mais magra que ela e com a cara mais encerada, pinta as unhas dos pés de cor-de-rosa e já assumiu usar a roupa interior da mulher quando está a jogar. Mas é o homem mais homem do ano.
É por isso que eu continuo solteira e a ponderar seriamente o lesbianismo. Até porque, por este andar, consigo encontrar mais facilmente uma mulher com ares mais masculinos que um homem.
quarta-feira, outubro 24, 2007
Obrigada Kylie
Coldplay - Can't Get You Out Of My Head - Glastonbury 2005
Não gosto especialmente das canções da Kylie Minogue (embora esteja sempre pronta a dar o meu pezinho de dança ao som dos hits dela). Mas tenho que lhe agradecer o facto de inspirar outros artistas que criam versões melhoradas canções dela.
Depois do "Put your hand on your heart" cantado pelo José Gonzalez, descobri esta versão dos Coldplay.
domingo, outubro 21, 2007
sábado, outubro 20, 2007
Que bonita que é a globalização
Uma portuguesa e uma norueguesa conhecem-se por acaso na praia em Tel Aviv.
Por coincidência, dormiram com o mesmo dinamarquês quatro anos antes, em Paris.
quinta-feira, outubro 18, 2007
Chique é
a vida privada dos Presidentes da República Francesa. Um charme.
Nada comparável às histórias bacocas que metem estagiárias e manchas em vestidos.
Mas também nem todos tiveram a sorte de ter uma Corte em Versailles e uma rainha como Marie Antoinette.
terça-feira, outubro 16, 2007
Já que estamos numa de cinema
Eu recomendo vivamente o Hot Fuzz.
Sei que ou já estreou ou está para estrear em Portugal.
É delicioso!
Acidentes de fim-de-semana
Este fim-de-semana fui ao cinema por acidente. Não sabia nada sobre o filme, nem sequer o título. E, como nos acidentes em geral, o resultado não foi bom. O filme (soube eu dois dias depois) chamava-se The Last Legion e só me prendeu a atenção nos últimos cinco minutos porque o fim já se fazia anunciar. Aborreci-me desde o primeiro momento e percebi que a coisa só ia piorar. Só não me pus logo a dormir porque tinha um miúdo bem giro ao meu lado e tinha medo de roncar ou deixar cair um fio de baba em cima dele (aliás, com o sacrifício que eu fiz a ver o filme, o miúdo bem que se podia ajoelhar aos meus pés e pedir-me em casamento, mas enfim...).
A história desenrola-se na altura do Império Romano, algo que se eu tivesse sabido de antemão me teria feito poupar os sete euros do bilhete. Nunca vi nem tenho vontade de ver o Gladiador, o Tróia, o Alexandre e outros que tais. Não tenho paciência para diálogos rebuscados, difíceis de seguir (principalmente em inglês) e cheios de expressões género "segue o teu coração, está no teu destino" e muito menos para heróis mal-humorados, mas que têm sempre uma tirada de humor nos momentos mais díficeis, criancinhas de dez anos que já conhecem o sentido do dever e do bem do seu povo, mulheres guerreiras que enfrentam seis homens ao mesmo tempo e, em pleno Império Romano, já usam push-up bras e as sobrancelhas minuciosamente depiladas. Como também não tenho para maus efeitos especiais, tensões sexuais mal-amanhadas e clichés repetidos vezes sem conta.
Se calhar, com um pouco de boa-vontade e um sorriso do tal miúdo giro, a coisa passava. Mas eu não aguento, não aguento mesmo, chego até a sentir repulsa por estas histórias cheias de lutas do bem contra o mal, supostos valores como a coragem, a honra, o sacrifício e muito poucos dilemas morais, heróis e heroínas perfeitas, sem mácula no carácter. Como se as lições de vida se aprendessem num filme e o mundo fosse todo preto no branco.
Um pesadelo.
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