sexta-feira, março 30, 2007

Petite Susana à Paris

Alors, daqui a umas horas estarei de regresso a (segunda) casa. Amanhã acordarei já em território francês. Não em Paris exactamente, mas numa ilha no meio do Sena, o que também não é nada mau. Eu sou uma pessoa de um nível...
Não sei quando voltarei a escrever no blog porque não vou ter internet na casa onde fico. Por isso, ou me infiltro discretamente na cafetaria da Scpo e uso os computadores de lá ou então, meus amigos, só lá para dia 15. Eu sei que há cybercafés por todo o lado, mas o meu dinheirinho já está todo destinado - roupa e acessórios, cremes e livros. Com as comemorações do décimo aniversário da Colette, então... O (pouco) que sobrar há-de ser para vinho, queijo e baguettes, saboreados de preferência em piqueniques na Pont des Arts, para celebrar the good old days. Os blogs deviam ser como aqueles alimentadores de peixes em aquário que libertam todos os dias uma dose de comida ou como um congelador, onde as mães trabalhadoras deixam as refeições que os filhos só têm que aquecer no microondas. Assim, eu deixava uns posts já preparados que se iam requentando, à razão de um por dia. Não saberiam tão bem como os acabadinhos de escrever, mas era melhor que nada.
Caso eu consiga aceder à net com regularidade, prometo dar conta da campanha presidencial francesa. Claro que, de férias, eu não me estou a ver a ler o Le Monde todos os dias, mas pode ser que seja apanhada no meio de alguma acção de campanha. Se isto acontecer e caso se trate do Sarkozy ou do José Bové (nem sei se este conseguiu as assinaturas), o mais provável é que eu fuja a sete pés. Se fôr a Ségolène, ainda fico para ver se afinal a senhora tem ideias ou nem por isso.
Últimas recomendações:
- Não esquecer o meu aniversário (dia 4). Filipa, vou passá-lo em Paris, mas podes mandar a Birkin para a embaixada de lá que eu vou buscá-la. Pas de problem.
- Vão aparecendo aqui. Nunca se sabe se eu não venho cá dar notícias.
- Como eu vou estar no paraíso das compras, da gastronomia e da cultura (repare-se nas minhas prioridades. Assim nunca serei levada a sério), o mundo real estará um tanto distante para mim. Por isso, agradecia que alguém me enviasse uma sms para o telemóvel português caso estale uma guerra Irão-UK. Ou se acabar o boicote ao governo palestiniano.
Até ver, é tudo. Se nos entretantos eu não morrer regelada - parece que lá está um frio do pior e como há três anos seguidos que eu me tenho escapado airosamente aos invernos europeus, já não estou habituada - daqui a 17 dias regresso à Terra Santa, que já não pode viver sem mim. Adieu.

quinta-feira, março 29, 2007

Bitchie moment

As mulheres são diabólicas, tenho que reconhecer. Pior ainda se se juntam. Quando mete homem pelo meio, então...

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quarta-feira, março 28, 2007

Cuidado com quem beijas...

Eu já não aguento o videoclip "What comes arround" do Justin Timberlake. Nunca fui muito à bola com o senhor, mas a minha implicação vai mesmo o video que, para piorar, passa a vida a dar na MTV.
Já se viu coisa mais simplista? Ela trai-o com o melhor amigo e, como what comes arround goes arround, pimba! morre. Faz lembrar aquelas pessoas que dizem "eu até sou contra a pena de morte, mas em casos assim - que vão desde a pedofilia a riscos na porta do carro, como eu já ouvi - era matá-los a todos, pendurá-los pelo pescoço e ..." Mais: é tudo justiça divina, é Deus, que castiga sem dó nem piedade, que a faz ter um acidente de viação. "Ai andaste às beijocas com o outro, então agora espetas-te não sei onde, capotas, voas para fora do carro e vais desta para melhor". Eu nem quero imaginar que morte seria se ela tivesse chegado a vias de facto.
É uma espécie de curta-metragem de uma telenovela venezuelana.

Can it get any worst?

Há tempos deparei-me com a ASWAT, uma ONG de lésbicas palestinianas.
A vida de um palestiniano já por si não é fácil, a de uma mulher também não, a de uma pessoa gay então... Agora, ser gay, mulher e palestiniana ao mesmo tempo é muita desgraça para uma pessoa só.

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terça-feira, março 27, 2007

Ainda tanta coisa por fazer...

O meu horóscopo de hoje anunciou já o início de um novo ano para mim, apesar do meu aniversário ser só daqui a uma semana. Não foi um modo muito bom de começar o dia. Estou a ficar angustiada com a ideia de fazer 25 anos. Também fiquei assim aos 18, mas acho que agora o peso do número é mais forte. Se os 18 são apenas a passagem para o mundo adulto (eu ainda não me sinto adulta, mas sei que já posso ser presa e sair do país quando quiser), os 25 são o início da contagem decrescente para os 30. E como eu nunca me imaginei com 30...
Começo a pensar no que fiz nos últimos 5 anos e fico com a sensação que não fiz nada, que passei muito tempo deitada no sofá e muitos verões sentada em esplanadas. E ainda tenho tanta coisa para fazer antes de começar uma vida a sério. Só para a minha "formação profissional", ainda tenho que fazer o mestrado, trabalhar para uma ONG, uma OI, a UE e agora ainda meti na cabeça que também tenho que experimentar o privado. E os países que ainda não visitei? E aqueles onde uma visita não chega, onde quero viver? E os que tenho que repetir?
Ufff... estou cansada só de pensar em tudo o que tenho que fazer, mas o relógio não pára...
Bem, crises à parte... 4 de Abril, quarta-feira, são os meus anos. Esperam-se os parabéns via comentários, mails, sms, postais, cartas e prendas, muitas prendas. A morada do meu local de trabalho é pública, por isso não se acanhem... enviem Manolos, Jimmy Choos, os Balenciaga ali de baixo, o Gael Garcia Bernal e o Ljungberg, bilhetes de avião para a Nova Caledónia, tudo o que quiserem. Afinal, se estou em crise tenho que ser mimada.

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segunda-feira, março 26, 2007

E não é que ele ganhou mesmo?!

Confesso que só me dá vontade de rir.

Drink to the revolution

Taybeh é conhecida pelo azeite e pelo mel (ou não fosse esta the land of milk and honey). Mas também é conhecida (e isto sim é que interessa) pela sua micro fábrica de cerveja - a Taybeh Beer. A cerveja é boa, mas claro que a etiqueta "palestina" ajuda a vender, não só nos territórios, onde a população prefere beber a sua própria cerveja do que a israelita, mas também nos países para onde é exportada, porque afinal há que apoiar o povo ocupado. As garrafas eram importadas de Portugal, mas parece que uma vez os contentores ficaram retidos nas alfândegas israelitas durante meses e o que a empresa pagou pela espera foi mais do que pela mercadoria. Tiveram que deixar de importar e passar a comprar de Israel.
Quando o Hamas ganhou, imaginou-se logo a total islamização dos Territórios Palestinianos e pensou-se que a fábrica pudesse fechar, caso o álcool fosse proíbido. Bem, já há solução: a cerveja sem álcool, cuja garrafa até tem as cores do Hamas (verde) para os senhores ficarem mais contentes. Mas o próprio dono da cervejaria acredita que não tem com que se preocupar porque o Hamas tem mais problemas do que a cerveja.
Por estas bandas, o consumo pode ser do mais engagé possível: existe o Peace Oil, um azeite produzido conjuntamente por judeus e árabes; a Taybeh beer que promove o drink to the revolution, e os vinhos produzidos nos Montes Golã e que, pelo menos na Suécia, têm que levar o rótulo "produzido em território ocupado". Só não dá muito jeito é consumir produtos dos colonatos, porque estes não são reconhecidos pela UE.
Em conclusão: em Jerusalém ocidental eu beberei Maccabi, em Jerusalém oriental passarei a beber Taybeh. Para demonstrar a minha neutralidade.

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domingo, março 25, 2007

Taybeh

Mais uma incursão (pacífica) à Cisjordânia, num taxi colectivo pelas estradas sinosas da Samaria: o muro, sempre, cabras e ovelhas a pastar nos montes, aldeias palestinianas aqui e ali, um ou outro colonato. Os colonatos são identificáveis pelo tipo de construção, toda igual e pelos telhados vermelhos (embora algumas casas palestinianas mais abastadas também usem telha, a arquitectura e o meio envolvente são diferentes).
O nosso destino desta vez foi Taybeh, a única localidade palestiniana 100% cristã. Cristã sim, mas de diferentes confissões, apesar de ter só 1500 habitantes. Existem três igrejas: católica grega, ortodoxa grega e católica romana. Parece que Jesus Cristo andou por lá com os discípulos antes da crucificação (eu sei que estar na Terra Santa e nunca ter lido a Bíblia para poder compreender melhor os sítios que visito é uma vergonha, mas há tanto para saber sobre as questões políticas que não há tempo para tudo. Confesso que quanto mais tempo cá estou, menos interesse - para dizer o mínimo - tenho pela religião, seja ela qual fôr).
Taybeh parece uma aldeia portuguesa. Lojas pequenas, pessoas que cumprimentam quando passa alguém, calma, muita calma, um padre católico muito prestável, uma vista deslumbrante...
No regresso, paragem obrigatória em Ramallah para almoçar falafel a 3 shekels (eu vou deixar de comer em Tel Aviv) e beber um chá acompanhado por morangos que um vendedor gentilmente nos ofereceu.

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sábado, março 24, 2007

O cúmulo da estupidez...

é sair de casa e deixar todas as janelas abertas em dia de Ramesin.
O ramsin é um vento que vem do deserto e que tráz areia. Ao longe (e às vezes até ao perto) pode ver-se uma névoa amarela por cima do mar. O tempo fica abafado e as rajadas de vento , cheias de areia, são muito fortes.
Pode imaginar-se, portanto, como está a minha casinha. Ainda por cima aspirada poucas horas antes... e o computador está ao pé da janela...

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sexta-feira, março 23, 2007

Efeitos da falta de café

Às 9h, o telemóvel tocou. Alguém que não está familiarizado, primeiro com a minha pessoa, segundo com os horários do funcionalismo público português, pensei eu. Confirmou-se.
"-Olá, desculpa não ter ligado ontem"- sinal 1 de falta de café: eu não me lembrava que era suposto ela ter ligado.
"-Quero convidar-te para ir no sábado ao mar de Tiberias." "-Ah, acho que já lá estive. Se calhar não vou." - sinal 2: não existe tal coisa como mar de Tiberias e não foi isso que ela disse como eu percebi mais tarde; sinal 3: se fosse o sítio que eu estava a pensar, a cidade de Tiberíades no mar da Galileia, a resposta não deveria ter sido "acho que", eu já lá estive de facto; sinal 4: alguém me convida para viajar e eu digo que não.
"-blablabla, vai o Troels, blablabla". "-Naaa, acho que não..."- sinal 5: convidam-me para passar o dia com o viking giraço e eu digo que não?! Sinal de ausência total de actividade cerebral!!!
"-blablabla, apanhamos autocarro para Ramallah." "-Ahhh, então eu ligo-te depois para dizer o que decidi."- sinal 6: Ramallah tocou um qualquer sininho e foi aí que percebi que ela não falava do mar de Tiberias, mas sim de um sítio qualquer na Cisjordânia. Contudo, o sinal não foi suficiente para o meu pensamento ser rápido e eu aceitar logo o convite.
Conclusão: antes de chegar ao trabalho passei pelo café e "-An expresso, please. To go" "-Regular ou double?" "-Hum, make it double."
E claro, a questão já está resolvida, amanhã lá irei eu.

Descubra as semelhanças

Há tempos, num jantar com um activista político israelita, disse-lhe que o mais me surpreendia aqui era o prazo de validade dos políticos. Parece que são sempre os mesmos - Netanyahu, Barak, Peres andam cá há quanto tempo? E mais: se num dia são PMs, no outro "baixam" a ministros ou a deputados, sem que isso lhes afecte em nada a dignidade. Aliás, mesmo quando os partidos de que são líderes sofrem uma derrota vergonhosa nas urnas, estes políticos não se demitem ou, se o fazem, voltam uns anos depois, tentando reinventar-se. Nunca se pode dar por certa a morte política de alguém. Disse ainda a esse activista que, embora as caras também não mudassem muito, as coisas em Portugal não se passavam assim: um político humilhado nas urnas estava "arrumado" e havia "retiradas definitivas da vida política".
Olhando agora para o regresso de Paulo Portas e para as tentativas de Santana Lopes, percebo que devia ter estado calada.
Se a isto juntar o que se passou este fim-de-semana no CDS-PP (que me fez lembrar o último embate Sharon-Netanyahu antes daquele sair do Likud e formar o Kadima) e a novela com o CV de Sócrates (que remete para um episódio recente sobre as habilitações de uma candidata ao cargo de Ministra do Turismo em Israel), então...
Quando alguém me voltar a perguntar se sinto uma grande diferença entre Israel e Portugal, tenho que responder que aqui me sinto em casa.

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quinta-feira, março 22, 2007

Orgulho é...

descobrir um artigo sobre a minha cidade e a sua nova ponte na Wallpaper*.

Coimbra está a ficar trendy.

Todas as sociedades têm o seu Elvis

Repare-se na parte superior da revista Visão. Já nas bancas.

8 (afinal parece que sim)

quarta-feira, março 21, 2007

OUTRAGEOUS!!!!!

Liberdades

Durante uns tempos andei a tentar convencer uma amiga norueguesa anti-UE das vantagens da adesão. Quase a convenci.
Por estes dias, tenho sido eu a compreender as vantagens de não fazer parte da União. A Noruega é que a sabe toda.

9 (ou talvez não)*

*Uma greve geral em Israel está a paralizar o país, incluindo o aeroporto. Prevê-se que dure várias semanas. Ainda vou de Amman...

terça-feira, março 20, 2007

Histórias de galinheiro

Tenho duas amigas, norueguesa e finlandesa, que há anos só saem com israelitas. Uma dinamarquesa também os elege como os seus preferidos, seguidos dos portugueses. Dizem que os nórdicos não têm graça. (?!)* Outras duas, holandesas, já saíram com irlandeses, franceses, italianos, americanos e são unânimes em dizer que não têm paciência para os holandeses. (?!!!)* Eu já não saio com um português há uns bons tempos e, cada vez que vou a Portugal, não encontro motivos para o voltar a fazer.
Será o galo da vizinha sempre melhor que o meu? Ou será que, por já lhes conhecermos os truques e as manhas, os nossos compatriotas perdem o interesse?
*os pontos de interrogação e exclamação são meus. A ver se eu me importava de viver no meio de nórdicos e holandeses, louros de olhos azuis, a ver...

Dia Mundial do Sono

Não está ser comemorado como devia.

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segunda-feira, março 19, 2007

Ser estrangeira em Ramallah

Se em Belém o desespero, provocado por mais de um ano de boicote económico e pela falta de turistas, é visível por todo o lado, em Ramallah, cidade mais auto-suficiente, o dinamismo e a agitação são enormes. As ruas são caóticas, as pessoas passam apressadas (pelo menos tanto quanto este povo e este clima permitem), sente-se o movimento de uma capital no ar. Ao contrário do que me aconteceu noutros países árabes ou muçulmanos e até em certas zonas de Jerusalém oriental, não me senti observada nem fui assediada por lojistas sedentos de fazer negócio nem de transeuntes equivocados sobre o conceito de libertação sexual das mulheres ocidentais. Senti-me, aliás, bastante segura. Claro que não passei despercebida - com um ruivo e uma loura seria quase impossível - mas as reacções não foram além de umas palavras em inglês ditas por miúdos, para mostrarem os seus dotes linguísticos (e sobre isto, diga-se que os palestinianos sabem falar bem inglês e que os seus conhecimentos vão para além do básico aprendido na rua).
Com isto, conclui que o "problema" em visitar países muçulmanos, pelo menos para uma mulher ocidental, está nas zonas turísticas e não nas sociedades islâmicas (com as devidas ressalvas, obviamente). Se nas zonas turísticas o assédio é cansativo e incómodo, basta sair para bairros frequentados por locais, mesmo que pobres e com aspecto menos recomendável, para uma mulher poder passear mais descansada. O mesmo se passa em cidades menos acostumadas a turistas, como Ramallah e Amman. É uma pena que assim seja, porque é das zonas turísticas que a maioria das pessoas leva a imagem de um país. O Médio Oriente não se está "a vender" muito bem neste aspecto. No entanto, foi bom ter chegado a esta conclusão, porque assim sinto-me muito mais entusiasmada a viver uns tempos num país muçulmano. Hello Lebanon...

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domingo, março 18, 2007

Fui num instante ao estrangeiro e voltei

Hoje deixei a soberania israelita e passei o dia sob a Autoridade Nacional Palestiniana. Agora que o governo de unidade nacional serenou os ânimos nas ruas, já me foi possível visitar a capital administrativa - Ramallah.
Há pouco para ver. A grande atracção é a Muqataa, que se assemelha apenas a um quartel militar. Fui prestar as minhas homenagens a Yasser Arafat, que lá está enterrado. Ainda tive esperança de ver algum senior da AP, mas ninguém apareceu para fazer as honras da casa. Se calhar também não convinha. Podia aparecer algum do Hamas e, como se sabe, a UE não tem contactos com eles e eu ainda provocava um incidente diplomático.
Há muito para sentir. A praça central, que parece mais uma rotunda, uma mesquita principal muito modesta, um Star and Bucks (assim, de repente, isto faz-me lembrar qualquer coisa), morangos à venda por todo o lado, um cheiro intenso a falafel a ser frita à frente do cliente, lojas, muitas lojas, com as mercadorias a invadirem as ruas, um trânsito caótico e um polícia sinaleiro que já precisava de um vallium, pessoas nos passeios, pessoas nas estradas, a passar por entre os carros que não avançam. Tudo ao molho e fé em Allah.

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sábado, março 17, 2007

sexta-feira, março 16, 2007

Clap, clap, clap

Eu não sei como funciona em Portugal, mas aqui no ginásio, cada vez que uma aula acaba, tudo aplaude. À semelhança do que se passa na aterragem quando os aviões vão cheios de saloiada, às vezes ainda o piloto não pousou bem.
Eu vou começar a exigir o mesmo no meu local de trabalho. Cada vez que escrever um bom texto (o que, a bem da verdade, é diariamente, porque quem é bom, é bom todos os dias), não só quero que a minha chefe me aplauda, como também que avise os meus colegas, que saírão todos dos seus gabinetes para me saudar. Clap, Clap, Clap. Então, eu desfilarei gloriosa, mas com um ar de "eu não mereço, eu não mereço, não seria nada se não fossem vocês", da minha salinha até à sala de reuniões. Clap, Clap, Clap.
Só não peço que liguem aos bosses de Lisboa para que eles me aplaudam pelo telefone ou mesmo através de videoconferência, porque sou uma pessoa discreta, que não gosta de atenções nem das luzes da ribalta. Mas no fundo, lá bem no fundinho, espero uma condecoração do Presidente da República no 10 de Junho.
Clap, Clap, Clap

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quinta-feira, março 15, 2007

Ah, não... isso é tudo mentira para acabar com o mundo civilizado

Eu não entendo como é que ainda há quem diga que o aquecimento global é uma grande invenção e que o clima está normal. Gostava de saber se acham que todas as mudanças bruscas no tempo são provocadas pelos humores de Nosso Senhor, que tudo sabe, tudo vê e tudo pode, como a Mossad. É bem possível, já que por estas bandas houve quem dissesse que o conflito armado deste Verão no norte de Israel/sul do Líbano (isto há que ser precisa!) foi Deus a castigar por causa dos planos de realizar a parada gay em Jerusalém. Por isso, há sempre explicações para todos os públicos.
Eu passo a explicar: no sábado, eu passei o dia na praia e de bikini. Ontem, o inverno voltou. Mas um senhor inverno, com chuvas torrenciais, vento e frio, muito frio. Até já nevou no norte.
Agora eu repito: sábado-praia; 5ª feira-neve.
Mas não, não... o clima está na mesma, isto é tudo invenção daqueles maluquinhos que não comem carne e fazem manifestações todos nus e se amarram às árvores para não serem deitadas a baixo e são contra o progresso e contra o Estados Unidos da América e até são gente para se aliar com os malvados dos terroristas islâmicos (que, por sua vez e como já se sabe, é qualquer desgraçado que se chame Mohamed). Claro, claro...

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quarta-feira, março 14, 2007

terça-feira, março 13, 2007

Today's mood

Home alone

Hollywood in the Holy Land

E por falar em DiCaprio look-a-like, o dito, o verdadeiro Leonardo DiCaprio está cá, na Terra Santa. Veio conhecer os pais da namorada, uma modelo israelita. Pode ser que venha a Tel Aviv, me veja e fique extasiado pela minha beleza. Eu falo português como a Giselle e vivo em Israel como a Bar. Afinal, o que é que elas têm que eu não tenho? Vinte centimetros a mais e vinte quilos a menos? No final o volume é o mesmo, ora essa!

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segunda-feira, março 12, 2007

A solução para os meus problemas

Já não bastavam os problemas A, B, C e D, ainda tenho que aturar a arrogância e falta de educação de quem acha que, por ter poder (um poderzinho, aliás, e aliado a uma certa dose de incompetência), é melhor que os outros.
Salva-me a areia e o mar a menos de 100 metros de casa. As gotas passam a cair no mar e já não no copo.

Está tudo explicado

O Expresso online dá conta desta notícia:

Está explicada a minha grande atracção por eles: dão menos preocupações. Se eu já gostava deles, passei a adorá-los!

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domingo, março 11, 2007

Eu até queria ser boa pessoa, mas...

A minha hóspede não convidada chegou hoje às 5h30 da manhã, vinda da terra do frio. Eu, que já andava com a consciência pesada por ser tão má e não a querer cá (mas que mal é que tem, afinal vives sozinha para quê, a rapariga até é estudante, tem pouco dinheiro, também gostavas que te fizessem o mesmo e tal), limpei a casa toda, fiz compras, adiei uma ida ao cinema, imaginei que conversas podia ter com ela para não haver aqueles momentos mortos, arranjei uma cópia da chave de casa. Enfim, respirei fundo e resolvi ser uma anfitriã em condições. Afinal, eu já tinha avisado que só a podia ter cá "a couple of days", por isso ela não se tornaria um fardo.
Tudo corria bem, apesar da rapariga me ter partido um prato logo de manhã... até ao momento em que ela, ao pequeno-almoço, me diz: "Hoje vou passar o dia na praia!". Excuse me?! Não é suposto pores-te a procurar sítio para ficar? (Claro que eu não disse, só pensei. Mas, se calhar, devia mesmo ter dito). Ser domingo não é desculpa, porque aqui está tudo aberto, é o equivalente à nossa segunda-feira. Haja lata!
Prevê-se, portanto, mais uma semana bem tensa.

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sábado, março 10, 2007

Há viking na costa

Haverá melhor cura para as neuras da semana que sair de casa para beber-o-copo-do-costume e, ao abrir a porta do prédio, deparar com um desconhecido alto, louro, de olhos azuis, DiCaprio look-a-like a sorrir para nós? Sim, há: é esse desconhecido alto, louro, de olhos azuis, DiCaprio look-a-like a sorrir para nós estar no meio do nosso grupo de amigos.
Em segundos, o desconhecido tornou-se um dinamarquês chamado Troels. A experiência diz-me que se deve fugir a sete pés de dinamarqueses chamados Troels. Mas eu vivo num país rodeado de inimigos, vou fugir para onde? Tenho que me resignar à minha sina, pois tenho...

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sexta-feira, março 09, 2007

Mais uma gota

e o copo transborda.

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quinta-feira, março 08, 2007

Susaninha à beira de um ataque de nervos

Neste momento a minha vida resume-se a uma só frase:
Nem fode nem sai de cima

BI novo, vida nova?

Recebi um BI novo.
Pouco mudou: continuo orgulhosamente no alto do meu 1,57 m. Felizmente não pedem o peso, que o meu é segredo de Estado até para mim (o inquilino anterior do meu apartamento deixou-me gentilmente uma balança, que eu nunca usei. Para que me hei-de martirizar? A vida já é cheia de desgraças...).
A única mudança digna de registo é a foto. Pela primeira vez na vida até nem fiquei mal num documento de identificação. É bem verdade que pareço saída do The 70's show com ganchinho a prender a franja, gola alta preta e a cor meio esbatida. Mas não há rasto de olheiras, de borbulhas ou uma qualquer sombra. Conclusão: os fotógrafos israelitas são melhores que os portugueses. Este é um momento I love this country!

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quarta-feira, março 07, 2007

terça-feira, março 06, 2007

Pérolas do sitemeter

Alguém chegou aqui à Residência Oficial através da seguinte pesquisa no Google:
"catequese - dinâmica da ponte feita de pares de sapato".
E o melhor é que o meu blog foi o primeiro link a aparecer na pesquisa. Lindo!

O que as mulheres querem

Numa entrevista à edição inglesa da revista Glamour (compras de aeroporto), 50Cents disse:
"I think treating a girl right means not concealing your intentions. If it's just a fling, say that - don't have a girl under another assumption."
Quem haveria de dizer que tão sábias palavras sairiam de tal personagem? Pois é, meus amigos, honestidade. É isso que as mulheres querem.

Vai-se lá perceber as tecnologias

Eu escrevi um post sobre o Purim, mas sabe-se lá porquê foi parar ali abaixo, no dia de ontem.
Os blogs têm razões que a própria razão desconhece.

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segunda-feira, março 05, 2007

'Tou f*****

Recebi um mail de alguém que não me é exactamente muito próximo a dizer isto:
"Olá! Vou voltar a Israel no domingo para ficar durante 3 semanas e meia. Não consegui arranjar sítio para ficar. Posso alugar um espacinho em tua casa, pelo menos até conseguir um sítio para ficar?"
O que é uma pessoa responde a isto, sabendo que 3 semanas e meia é o tempo médio que se demora a encontrar casa nesta cidade e que se a pessoa está a pedir isto é porque não está a pensar em ir para uma pousada da juventude? E ainda avisa com menos de uma semana de antecedência, com os deliciosos pormenores do "alugar" (como se eu fosse cobrar dinheiro) e do "pelo menos" (e se fôr "pelo mais"?)
Eu estou a escrever isto mais para clarificar as minhas ideias que outra coisa. Por menos que isto eu já gritei a alguém: My place is not a hotel!!!

Momento cómico do dia

Purim

Por estes dias, comemorou-se o Purim, o Carnaval cá do sítio. O Purim celebra a salvação dos judeus depois do ministro persa Hamman ter decretado a sua aniquilação. Foi a Rainha Ester, que era judia, que conseguiu "tramar" Hamman e salvar o seu povo. Daí, nesta altura, se comerem as orelhas de Hamman.
Isto é tudo muito bonito, ah e tal as tradições religiosas, os costumes de um país diferente, mas o que realmente interessa é a festarola. Este fim-de-semana, saiu tudo à rua mascarado: crianças e adultos, religiosos e seculares. Ao contrário de Portugal, onde os homens se mascaram (e mal!) de mulheres com a roupa das irmãs, aqui tudo é levado a sério. Os disfarces são originais e muito bem feitos. O melhor que vi este ano foi um canivete suíço (o ano passado gostei muito de uma Frida Kahlo). Até os ortodoxos, sempre mais taciturnos, relaxam, mostram-se mais felizes e alguns até se mascaram. Outra coisa curiosa desta época festiva é que é provavelmente a única altura do ano em que os israelitas bebem álcool a sério. É vê-los nas festas, a dançar em cima do bar e bem bem bebidos.
Foi um bom Carnaval, sem cortejos, escolas de samba e música brasileira de gosto duvidoso. Só é pena não ser feriado. E não eu não ter Gurosan em casa.

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domingo, março 04, 2007

sábado, março 03, 2007

Boas supresas

Há pessoas que têm uma capacidade incrível de me surpreender. São pessoas em relação às quais, por motivos vários, nunca tive grandes expectativas. São, no entanto, capazes de ter gestos à partida insignificantes, mas que, vindos delas, ganham uma outra dimensão. Fazem-me sentir especial, sentir que em algum momento das suas vidas eu fui importante, importante o suficiente para não se esquecerem de mim.
Mais do que carinho, sinto por elas um grande respeito. O respeito que se tem por quem nos deixa sem palavras.

Comentários

Hoje aconteceu o que eu sempre tive medo (pânico, aliás) que acontecesse no blog: insultos.
Anónimos (como se querem todos os insultos), de alguém que é púdico demais para ver uma foto do Ljungberg ou ler um post sobre o aborto, mas não púdico suficiente para não escrever palavrões e insultos.

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sexta-feira, março 02, 2007

É normal?

Acabei de vir do blog do meu ex.
Será que os homens estão a ficar todos carecas?
Ou são só os que andam comigo?
Serei eu?

Actualização: Claro que a primeira pessoa a vir à Residência Oficial depois de eu ter postado isto foi o dito, o do blog. Que é para eu aprender a estar calada! A sorte é que a dificuldade em ler português aliada aos posts sobre música o distraíram e acho que eu nem reparou. Digo eu... com muita esperança... mas também, que raio, tinha que vir logo a seguir... cinco minutos depois de eu ter ido ao dele... acho que ando com os meus poderes psíquicos muito apurados...

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quinta-feira, março 01, 2007

Já não há pudor (cont.)

O problema é mesmo o decote de Fátima Felgueiras.
Se estivéssemos num país sério, o problema seria o saco azul, as alegadas irregularidades que a senhora cometeu, a fuga de informação que permitiu que ela soubesse que ia ser presa, a fuga para o Brasil, o facto de se ter classificado como a "primeira exilada política da democracia portuguesa", o circo mediático.
Mas, convenhamos, trata-se de Portugal. Um país onde Fátima Felgueiras e Isaltino Morais, apesar das suspeitas de que são alvo, concorrem e GANHAM eleições. Onde o poder local é do mais corrupto que há e ninguém faz nada. Onde o Alberto João Jardim faz e diz o que quer. Onde se criam leis de excepção. Onde 64% das pessoas diz ser a favor da realização de referendos, mas onde menos de metade votou. Onde o Benfica é a preocupação número um. Onde o Ministro da Economia se gaba, perante os chineses, de que a mão-de-obra portuguesa é barata. Onde o livro da Catarina Salgado chega ao top de vendas. Onde se realizam filmes como o Odete. Onde os jornais desportivos vendem mais que O Público. Onde Santana Lopes foi Primeiro-Ministro. Onde..., onde..., onde...
Sim, o que importa aqui é o decote de Fátima Felgueiras.

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