quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Investment Banking

I like my money right where I can see it: hanging on my wardrobe.
Carry Bradshaw in Sex and the City

Já não há pudor

Isto é decote que se apresente em Tribunal?
A mulher recorre a tudo...

terça-feira, fevereiro 27, 2007

O mundo é um lugar estranhíssimo

Neonazismo e culto a Hitler em Israel?!!!! Está tudo louco?!

O mundo é um lugar estranho

O site da Fnac anuncia a pré-venda do próximo livro de Harry Potter.
A edição disponível é a versão para adultos (eu sei o que eles querem dizer, mas isto dá um ar um tanto porno-erótico ao inocente - ou já nem tanto, a julgar pelo último filme - Harry Potter).
Mas o melhor de tudo é que já só faltam 144 dias para a chegada do livro. 144 dias! São seis meses! Quem é que compra um livro com seis meses de antecedência?
Há algo de muito estranho neste mundo.

Estão a gozar!

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Saldo final 2: GRANDE desilusão

Tenho a dizer que este foi o pior ano que já vi no que toca aos vestidos das senhoras. Foi de mal a pior. Mais do que os cortes, foram as cores. Mal escolhidas, a destoar dos tons de pele. Nem as eternas bem-vestidas se safaram. Esta senhora, que até costuma estar bem, parece... não sei... aquilo parece um tapete de pelúcia... muito mal, Penélope, muito mal, a pior de todas.
Até os cabelos e as maquilhagens estiveram abaixo do nível, com destaque especial (pela negativa) para a Cameron Diaz e a Reese Witherspoon. Quase todas apareceram com o look anos 40. É bonito, sim senhora, mas tudo o que é demais... já se sabe. É o look à Scarlett Johasson. Fica-lhe bem, mas é o estilo DELA. Por mais que ela agora seja the sexiest woman alive , não quer dizer que todas tenham que copiar.
E já agora, foi dos vestidos ou a Jennifer Lopez e a Naomi Watts estão grávidas?

Saldo Final: uma certa desilusão

Os Oscars valem o que valem, sobretudo depois do Gladiador ter ganho há uns anos. Mas vá...
Martin Scorcese (por fim!) passou o testemunho de eterno injustiçado pela Academia a Leonardo DiCaprio. O Forrest Whitaker esteve bem, mas não gostei do filme em si. O Happy Feet ganhou (e mal) ao Cars. A Helen Mirren era previsível. O Departed ainda não vi, tenho que o procurar numa sala de cinema obscura que ainda o tenha em cartaz. Acho que o Babel e o Blood Diamond mereciam alguma coisita. Oscares para melhor argumento original e melhor guarda-roupa bem atribuídos. A Terra Santa representada nas curtas. Não posso falar dos filmes estrangeiros porque, por razões óbvias, não passo além de filmes em inglês, francês e espanhol (se fôr de Espanha. Tentei ver um filme chileno - impossível).
Bem, resta-nos ver se houve boas surpresas nos vestidos das senhoras.

domingo, fevereiro 25, 2007

Live forever 4

Suede, Beautiful ones

sábado, fevereiro 24, 2007

Live Forever 3

Pulp, Common People

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Perdição

Acabou-se o Hannukah, acabaram os sufganyot. A aproximação do Purim traz outras perdições, as orelhas de Haman, Oznei Haman (אוזני המן para os que sabem ler hebraico, que eu há muito que desisti). Também podem ser chamados Hamantasch, o chapéu de Haman, ou os bolsos. Eu prefiro as orelhas. Acompanhadas por um café.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

A minha última compra

Sporno

Mark Simpson, o jornalista que inventou a metrossexualidade, descobriu um novo conceito estético - Sporno - que descreve como pornografia homossexual inspirada no desporto. O Sporno nasceu da combinação do mundo do desporto com o mundo da publicidade. Os novos modelos são desportistas conscientes do potencial que têm no mundo gay e dispostos a venderem o corpo como objecto sexual. Simpson diz que "Sportsmen on this side of the Atlantic are increasingly openly acknowledging and flirting with their gay fans". Os grandes spornos são David Beckman e Fredrik Ljungberg (que Simpson descreve como "the man who actually looks the way Beckham thinks he looks", descrição maravilhosa porque eu sempre achei o Beckman irritante), mas também a selecção italiana de futebol (na publicidade D&G dentro do balneário) e selecção francesa de rugby (que fez um calendário deveras sugestivo).
Embora virado sobretudo para o público gay, parece-me que as mulheres, até hoje incapazes de criar uma verdadeira indústria pornográfica feminina, podem aproveitar muito bem este novo homem. Eu por mim falo: o metrossexual, excessivamente preocupado com a moda, que usa mais cremes faciais do que eu, que se olha constantemente ao espelho e que até usa maquilhagem masculina do Gautier nunca me convenceu. Eu gosto de um homem à homem. Estes sporno stars, apesar da proximidade aos metrossexuais, são mais atraentes porque, ao serem pornográficos, são mais decadentes, mais imperfeitos, mais humanos e, sobretudo, mais sexuais.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Novas perspectivas

A Máxima deste mês (sim, porque uma pessoa não pode só ler a Foreign Affairs e a The Economist) traz uma entrevista com Ana Lopes, uma antropóloga portuguesa que, na sequência da tese de doutoramento, conseguiu criar no Reino Unido um sindicato para profissionais da indústria do sexo. Não me interessa aqui discorrer sobre as virtudes da ideia, não vá alguém lembrar-se que isto é mais uma questão fracturante, que dessas já o país está cheio.
Interessou-me sobretudo esta ideia:
Este livro, além de subversivo, é interpelador. Uma ideia-base é a de que os trabalhadores do sexo não querem ser salvos, querem é ter direitos iguais aos dos outros trabalhadores.
As pessoas que estão em condições aberrantes não querem ser salvas da prostituição, querem ser salvas de todo o tipo de abusos: das teias de máfias criminosas, de relações violentas, de um problema de toxicodependência. Existe um mundo de problemas associados à indústria do sexo: são esses que devem ser resolvidos. O facto de trabalharem na indústria do sexo não é o problema em si. É uma mínima parte da indústria do sexo que está em condições de semi-escravatura.
A ideia corrente é a contrária: que aqueles que podem escolher são uma parte irrisória.
Conheci pessoas que trabalham nesta indústria que têm cursos universitários, mestrados, que já tiveram outro tipo de carreiras e optaram pela indústria do sexo. Também não acho que isso seja a maioria. A grande maioria podemos compará-los àqueles que fazem trabalho não-qualificado.
A defesa dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos, iguais a todos os outros, parece-me muito mais interessante, saudável e legítima do que a defesa pela vitimização, a cultura do coitadinho que agora se usa e abusa em relação a tudo e a todos.

Slow food

O pequeno-almoço em Tel Aviv é o expoente máximo do seu estilo de vida, da arte do estar na qual todos os telavivenses são mestres. É uma refeição tão importante quanto as outras e, talvez por isso, servida o dia todo. Embora varie de café para café e, em cada um destes, existam versões diferentes, a base é quase sempre a mesma.
Ovos, que podem ser mexidos, estrelados ou em omelete, com folhas de menta, especiarias, cebola ou cogumelos. A tradicional salada do Médio Oriente, com tomate, pimento e pepino picados e bem temperados. Pelo menos dois tipos de pão, integral, branco, com nozes, às fatias, baguettes, bagels, croissants. Manteiga, doce de morango, maçã ou pêssego, pasta de atum, queijo branco, queijo feta, labaneh, pasta de pimento, azeitona (estes acompanhamentos variam consoante o lugar e a versão escolhida, mas nunca são servidos menos de três ou quatro diferentes, podendo mesmo chegar a seis). Sumo acabado de espremer, de laranja, toranja, limão com folhas de menta. Café, capuccino, expresso, americano, caffe latte.
Uma vez servido, resta-nos recostar na cadeira da esplanada, de modo a aproveitar melhor o sol e o calor, e saborear. Intercalar o doce com o salgado, a salada com o capuccino, o pão e compota com os ovos estrelados. E ficar eternamente a ver a vida passar.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Um dia no centro do mundo

É verdade que viver ao lado do centro do mundo pode ser um tanto frustrante. Mas é sempre possível ir lá durante um dia e ver muros, colonatos, checkpoints, road blocks, jeeps militares, aldeias palestinianas, território ocupado. Relembrar que aqui existe uma realidade para além da aparente tranquilidade e descontracção de Tel Aviv.

domingo, fevereiro 18, 2007

sábado, fevereiro 17, 2007

Live Forever: the rise and fall of Britpop

Vi o documentário Live forever sobre a Britpop. É estranho já ver documentários sobre a música do "meu tempo", a que comecei a ouvir aos 11/12 anos, quando passei a receber mesada, que gastava num CD e numa revista de música que havia na altura (acho que era a SuperSom). Ainda apanhei o fim do Grunge, mas confesso que dessa época só os Nirvana sobreviveram. Foi a Britpop que me acompanhou naquela fase em que se passa o tempo todo no quarto a ouvir música. Ao contrário de outros géneros, as canções dos álbuns Britpop são todas audíveis, não é necessário passar nenhuma faixa à frente.
O Live Forever pareceu-me um tanto redutor por não passar muito além do trio Blur-Oasis-Pulp, deixando de lado bandas como os Suede, os Elastica, os Verve (há quem ache que, apesar de um pouco à margem, os Radiohead fizeram parte do movimento. Eu gosto muito deles, não concordo com a classificação). O documentário vale pela narração da história política e social do Reino Unido, da estética, do espírito Cool Britannia, feita a par da história da Britpop. É interessante pelo facto de, mesmo à distância, esses acontecimentos também fazerem parte das minhas memórias, género "onde é que estavas no 25 de Abril". O período Thatcher (pronto, disto eu não me lembro muito bem, a minhas referências vêm sobretudo dos Diários de Adrian Mole); a vitória de Blair; o Trainspotting, um dos grandes filmes/livros/bandas sonoras (Britpop) dos anos 90; a guerra Blur-Oasis que, na altura, deu a vitória aos Gallagher; a morte da Princesa Diana e a minha primeira viagem a Londres, que foi um acontecimento com consequências profundas na minha vida.
O movimento Britpop acabou e as entrevistas do documentário são ao estilo "vencidos da vida": Jarvis Cocker está mais comedido, Damon Albarn mais desiludido, o que é de estranhar porque o trabalho pós-Blur é muito bom (Gorillaz, Music for Mali, The Good the Bad and the Queen) e Liam Gallagher continua insuportável. Mas alguma coisa se salvou daqueles tempos: os herdeiros Coldplay, The Tears, Kaiser Chiefs; a continuação do trabalho de Albarn , o regresso de Jarvis Cocker... e os meus CDs, porque depois deste documentário percebi que tenho verdadeiras relíquias. Os meus pais vivem a nostalgia do vinil. Eu, com os mp3, os iPods e o preço imbatível da música no iTunes, começo a viver a nostalgia dos CDs.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Em continuação do post anterior

(quem não tiver paciência para a conversa inicial, avance até minuto 4:20)

Dia dos namorados por interposta pessoa

Soube hoje que uma amiga, que está a viver daquelas paixões repentinas e fulminantes, vai largar tudo e mudar-se para Paris com o namorado. É uma daquelas notícias que dá sempre gosto ouvir.
Acho curioso quando as pessoas, ao verem um casal de longa data terminar, dizem que se aqueles acabaram já não há esperança, que o amor já não existe. A ideia que tenho, salvo honrosas excepções, é que a longa duração dessas relações, especialmente quando já vêm da adolescência, se deve mais a acomodação e medo de enfrentar o mundo sozinho, do que propriamente ao amor (seja lá o que isso fôr).
A capacidade de se deixar levar pela paixão, pelo desconhecido e o incerto, a capacidade de largar tudo e simplesmente ir faz-me acreditar muito mais nas relações humanas do que o simples acumular de anos. Porque a intensidade dos sentimentos vale mais que o seu prazo de validade.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Dia de São Ljungberg

Posso não ter namorado, mas tenho muuuuiiiita imaginação....

Atenção: o senhor voltará muito brevemente a este blog.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

A carteira do Verão

Só é pena custar quase o meu ordenado inteiro.

Cinema

A época de entrega de prémios resulta, como todos os anos, num frenesim de estreias de filmes. Apesar de estar a ir uma vez por semana ao cinema (ou mais) ainda me faltam seis filmes. Um deles é o Último Rei da Escócia, cujo site português é muito bom. Acho que nunca tinha visto um site de promoção tão bom.
E como não é só de salas de cinema que se faz o conhecimento cinematográfico, aqui fica mais um filme que vi ontem na TV: The Aristocrats, um documentário com mais de 100 comediantes, entre os quais Eric Idle, Jason Alexander e Drew Carey. The Aristocrats é uma private joke que só contada entre comediantes. O filme não só mostra a opinião dos entrevistados sobre a piada, como as diferentes maneiras como cada um a conta. É aí que está a alma da piada. É genial! Escusado será dizer que a que gostei mais foi a versão contada através da mímica. LOL!!!!

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

À terceira é de vez?

Fico muito contente por ter ganho o SIM no referendo. Portugal está a sair do provincianismo paroquial (sim, agrada-me especialmente a Igreja estar a perder o poder que tinha sobre as mentes).
Espero, no entanto, que a euforia da vitória não faça esquecer o outro problema que se levantou no domingo: o referendo em si. Em teoria, eu sou a favor das consultas populares porque, quanto mais os cidadãos se pronunciarem sobre questões políticas, mais democrático e estável é o regime. Já na prática... tenho muitas dúvidas: Portugal não é a Suíça; os referendos foram introduzidos muito tarde no país e coincidiram com a tendência mundial de subida da abstenção, pelo que não tiveram tempo de se institucionalizar; não há uma linha de orientação sobre quais as matérias referendáveis (porquê referendar a regionalização se o PS já a tinha apresentado na campanha eleitoral como uma das principais bandeiras? Votar num partido não é votar no seu programa?); o referendo pode passar a ser usado como instrumento político da oposição contra o governo e paralisar constantemente o país; as consultas populares não se limitam à questão em si, mas referendam também os grupos políticos envolvidos (veja-se o caso do referendo à Constituição Europeia em França, que visou sobretudo penalizar Chirac).
Se o terceiro referendo não entusiasmou o eleitorado, apesar da questão ser fracturante e ter envolvido uma campanha apaixonada, valerá a pena insistir? Será que continuar com referendos que não são vinculativos não fragiliza a democracia, em vez de a reforçar? E mais, ao realizar uma consulta popular, cujo resultado acaba por não ser vinculativo, torna-se a questão refém do referendo e nunca mais se poderá legislar sobre ela sem voltar a consultar o povo, essa tão sábia entidade, que não está para se levantar do sofá para exercer o seu direito/dever. Aconteceu com o aborto, acontecerá eventualmente com a regionalização e com todas as futuras questões.

Fim-de-semana cinematográfico

Já que não pude votar no referendo, não tive que guardar o sábado para reflexão nem o domingo para o voto. Dediquei-me então ao cinema (e à praia porque ontem esteve um dia fantástico para se estar estendida na areia).
Fui ver o Marie Antoinette, que finalmente chegou cá. Lindo! Tudo era lindo, desde a Kirsten à cor, passando pela história, os cenários, o guarda-roupa. Acho que só pecou pela pouca atenção prestada à vida dela na Áustria. Teriam bastado 5 minutos a mais de filme para se compreender melhor o choque de chegar a Versailles.
Fui também ver o Blood Diamond. Muito bom. Este tipo de cinema têm o mérito de nos deixar a pensar, mesmo que o filme tenha algo de ficção e exagero. E o DiCaprio... ai o DiCaprio... bem, como sempre. Espero que este ano lhe seja feita justiça nos Oscares. Já não há paciência para os eternos rejeitados da Academia. Ele merece, por este papel e por outros que já fez. Não esquecer, por exemplo, que foi ele que salvou o Catch me if you can de ser mais um filmezinho. É triste se acontecer a DiCaprio o que aconteceu a Al Pacino: sempre perdedor até que lhe darem o Oscar por um papel muito inferior a todos os que já tinha feito, qual prémio de consolação por todos os outros que já tinha perdido. Sim, DiCaprio para o Oscar!

sábado, fevereiro 10, 2007

A velhice dos outros

A minha mãe apercebeu-se hoje que eu vou fazer 25 anos daqui a dois meses.
Se alguém puder passar lá em casa para ver se a senhora está bem, eu fico muito agradecida. É que eu acho que ela ainda deve estar a hiperventilar.
Estraguei-lhe o esquema. Como é que é possível que uma senhora de 37 anos tenha uma filha de 25?

É uma casa portuguesa com certeza!

Hoje, aqui na Residência Oficial, foi dia de Portugal. Resolvi brincar às donas de casa e fiz um belo bacalhau com natas! E bem bom que estava!
Eu sou um valor subaproveitado. Sou apresentável e boa rapariga. Venho de boas famílias. Cozinho bem. Sou arrumadinha. Tenho um curso superior. Sou inteligente. Falo línguas. Sou viajada q.b. Tenho emprego (eu até diria um bom emprego, mas como as coisas estão, ter um emprego basta). Tenho um blog. Tenho tudo. Menos planos para o dia dos namorados.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

The world

I wrote about having visitors from unlikely countries, like China. But better than that are the non-portuguese speaking/reading visitors that come here. I know at least three of them. Thanks guys!

Mesmo mesmo aqui ao lado (actualizado)

Como eu já tinha dito aqui, tudo se passa right next door, mas não em Tel Aviv. Desta vez é em Jerusalém.
Israel decidiu começar obras de construção de uma ponte de acesso à Esplanada das Mesquitas, terceiro lugar sagrado do Islão. Os muçulmanos receiam que as escavações danifiquem as fundações das mesquitas e, em consequências, que estas venham a baixo. A teoria da conspiração (que está sempre presente nestas coisas) diz que os judeus querem mandar a baixo as mesquitas para começarem a preparar o terceiro Templo que é suposto que seja no mesmo local (daí o Muro das Lamentações, que é parte do Templo anterior, estar na parte de baixo da Esplanada das Mesquitas). Por aqui se percebe logo a gravidade da questão e o porquê deste conflito parecer não ter fim à vista.
Ora, eu não acredito nas "más intenções" israelitas nem em teorias da conspiração. A ponte que agora existe é de madeira e acredito que realmente precise de ser substituída. Mas é precisa muita insensibilidade ou, agora sim, outras intenções para começar as obras sem coordenação com as autoridades religiosas islâmicas, sabendo que a questão é demasiado sensível, que é tempo de negociações políticas e que foi a visita de Ariel Sharon à Esplanada das Mesquitas que fez "estourar" a II Intifada. Claro que não foi só esta visita que causou a violência, mas em momentos de tensão, qualquer atitude mais simbólica pode despoletar a violência e Sharon sabia disso.
O mundo árabe, que nunca aceitou a anexação de Jerusalém oriental (como aliás ninguém na Comunidade Internacional, nem sequer os EUA), já apelou ao fim dos trabalhos e vai recorrer ao UNSC. As críticas, no entanto, não vêm só de muçulmanos. Vários deputados, generais, polícia e até o Ministro da Defesa israelita já pediram a interrupção das escavações, por causa dos efeitos negativos que isto pode ter para a paz. Porque todos, sem excepção, sabem quais podem ser as consequências.
Quem ler nas minha palavras qualquer tipo de sentimento anti-israelita só porque eu acho pouco inteligente esta medida, mais do que a mim, está a subestimar a democracia israelita. Israel tem vários partidos com assento parlamentar, os governos nunca se fazem com uma coligação de menos de quatro ou cinco partidos e raramente duram mais de ano e meio, a sociedade civil é das mais dinâmicas que conheço e dela emergem inúmeras ONGs. Esta é a prova de que não há pensamento único em Israel e que, portanto, criticar decisões do governo não significa criticar o país e muito menos o povo. Porque este povo é feito de indivíduos que pensam pela sua cabeça. É feito de individuos que merecem todo o respeito.
P.S.: Até me esqueci de dizer que, antes destas obras, havia já umas escavações arqueológicas na zona que estavam a dar polémica, pelo que era de prever que isto fosse dar confusão. A decisão de começar os trabalhos agora não me parece ter tido nada de inocente e misscalculation.

Passam-me todos ao lado

É inacreditável a minha capacidade para perder bons concertos. A lista de grupos que eu não vi porque pura e simplesmente não estava lá é colossal. O fenómeno atinge tais requintes de malvadez que já me aconteceu estar no local A e o concerto ser em B e, a seguir, eu voltar para o local B e o concerto ir para A. Mas esta senhora ir tocar a Coimbra já é ultrajante. Uma coisa é um concerto em Lisboa, Porto, Algarve... outra é ser na minha cidade!!! Onde nunca acontece nada e quando acontece... eu não estou lá!
Quem estiver por aí que vá ver. Dia 21 de Fevereiro no TAGV.
I love you so much
When I hate you so bad
'Cause I love you so much when I think I am sad
I love you so much When I hate you so bad
'Cause I love you so much when I think I am sad

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Eu também

OS RESULTADOS DA VISITA
Não é verdade que a visita de José Sócrates à China não teve resultados substantivos. Teve e disso posso testemunhar. Antes da visita o BLOGUÍTICA não tinha visitas oriundas da China. Durante a visita passou a ter. Mais. A visita já terminou e o BLOGUÍTICA continua a ter visitas oriundas da China. (Espreito o contador e, no momento em que escrevo, vejo visitas oriundas de Tianjin, Fujian e Beijing [Guangdong e Sichuan].)Graças ao Primeiro-Ministro, o BLOGUÍTICA penetrou no mercado chinês. A mão de obra blogosférica portuguesa, de facto, como diria Manuel Pinho, é competitiva [...] Em suma, no que diz respeito ao BLOGUÍTICA, Sócrates ganha por um a zero.
Paulo Gorjão no Bloguitica
Aqui a Residência também ficou a ganhar com a visita do Sr Ministro. Que país se segue?
Já que estamos numa de sitemeter, também acho curioso que já há uns tempos tenha uma visita constante de Genebra. De há uma semana para cá passei a ter dois visitantes de lá. E o mais curioso é que não conheço ninguém na Suíça. Coisa chique...

Viver ao lado do centro do mundo

Uma amiga dizia-me que "não é fácil ir para Israel". Talvez. Mas está a tornar-se demasiado fácil estar em Israel. Tudo parece acontecer, mas right next door. É como viver no prédio onde está a haver uma grande festa, mas estar trancado no apartamento ao lado.

Desmancha-prazeres

De manhã, ainda a cafeína não está a fazer efeito no corpo e já nos aparece alguém a estragar as alegrias. "Vais a Paris? Que bom! Eu vou ao Ruanda." Mas há direito que se estrague assim a felicidade alheia? E ainda por cima antes das 10 da manhã?

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Dois povos, duas medidas?

Se o movimento de refugiados iraquianos é o maior desde o dos palestinianos em 1948, será que as Nações Unidas também vão criar uma agência especial para estes refugiados, à semelhança da UNRWA? Ou será que os palestinianos são o povo escolhido da ONU, com direito à sua própria agência de refugiados?

Como irão a Síria, a Jordânia, o Egipto e o Líbano gerir o problema, se há quase 6 décadas que estão a braços com os palestinianos que se tornaram numa espécie de refugiados ad eternum?

Fico feliz por saber que ainda há pessoas que sabem reconhecer o Estado de Direito e que exprimem a sua indignação nos tribunais e não nas ruas, a queimar bandeiras* e a deitar abaixo representações diplomáticas. Mas ficarei ainda mais feliz se os tribunais não derem razão aos queixosos, mas sim ao jornal. Porque em sociedades laicas, a liberdade não pode ser sacrificada em nome das crenças religiosas de cada um, sejam lá elas quais forem.
*Nesta questão das bandeiras, há muito que uma dúvida me assalta: como é que, em países que não reconhecem Israel, se consegue sempre arranjar bandeiras israelitas para queimar?

O reconhecimento, por fim

Durante anos, ouvi os professores (alguns, não todos) dizerem que eu era sintética demais, um eufemismo para "não nos dás palha suficiente", e vi os meus colegas a escreverem cinco ou seis folhas de ponto nos exames, quando eu não passava das duas e era com sorte. Ainda me lembro do pânico, no último ano de faculdade, quando tive que fazer um trabalho com 25-30 páginas!
Finalmente, a minha capacidade de síntese e de escrever o que de facto interessa está a ser reconhecida. Porque o mundo real não se compadece com testamentos e ensaios.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Ainda faltam tantos...

Descobri este site onde se pode fazer o mapa dos sítios que já se visitou. Contei 20. Tantos países para visitar e tão pouco tempo e dinheiro....
As grandes prioridades nos próximos anos são:
Líbano e Síria. E quanto mais me dizem que eu não posso ir por causa dos carimbos israelitas, mais me apetece.
Estados Unidos da América. Nova Iorque, claro, capital do mundo, cidade imprescindível. Mas também Los Angeles, porque já estudei a cidade e gostava de ver tudo in loco, e a dita América profunda, da cidadezinha dos Estados do interior.
Tailândia. Ou Malásia. Ou Coreia do Sul. Ou, com as devidas diferenças, Vietname ou Cambodja. Apesar de não ter nenhum interesse especial pela cultura asiática, acho que nunca ter visitado um destes países é uma grande falha.
Àfrica negra. Outra grande falha. Deixei escapar a Tanzânia: quando tinha tempo não tinha dinheiro; quando tinha dinheiro, não tinha tempo. Espero conseguir Angola. Ou convencer os meus avós a fazerem-me uma visita guiada a Moçambique.
E a grande viagem de todos os tempos: Peru e Bolívia. Machu Pichu, o trilho dos incas, os Andes, as infusões de coca.
Haja oportunidade, que vontade não falta.

domingo, fevereiro 04, 2007

I want candy... again!

Para acalmar depois de tanta estupidez humana e na continuação da saga de homens de lábios finos (e, por coincidência, mais uma vez com o british accent. Onde é que eu ando com a cabeça que não estou já no Reino Unido?), aqui fica mais um belo exemplo da espécie. Esta é, aliás, uma paixão que já dura há vários anos... ai ai...

Propaganda e abuso de confiança

Há dias, uma pessoa conhecida, que tem o meu contacto porque fizemos um curso de uma semana juntas, enviou para todo o grupo que participou nesse curso um mail. Como é hábito receber correspondência do grupo, abri sem pensar duas vezes. Deparei-me então com um mail enorme, um texto pensado e escrito ao pormenor. Era propaganda sobre o referendo ao aborto. Irritada respondi, mas pensei que o mail não tinha sido enviado devido a uma falha do servidor. Não tentei novamente porque o assunto não merecia tal atenção. Qual não é o meu espanto quando, uns dias depois, recebo outro mail, desta vez de alguém que eu não conhecia, mas cujo assunto mostrava ser uma resposta ao outro que eu já tinha recebido. Abri. Reparei então que o mail consistia numa conversa amena entre a pessoa minha conhecida e a que agora me tinha enviado este segundo mail sobre o aborto. Ambas tinham a mesma opinião sobre o tema e aquele pseudo-diálogo, notoriamente manipulado para que terceiros lessem, limitava-se a uma coisa do género: "A: concordo contigo neste ponto e repara lá neste argumento. B: há que belo argumento e agora este...". Como se isto não fosse suficiente para me enfurecer, ainda reparo que a lista a quem tinha sido enviado este segundo mail não era igual à primeira. O que me fez concluir que o meu mail de resposta chegou ao destinatário e como a minha opinião não era a correcta, o meu endereço foi retirado para outra lista (provavelmente de desgraçados incautos que terão respondido como eu) e dado uma pessoa que eu não conhecia, para que a propaganda insistisse em mudar a minha mente rebelde. Aí não me contive e pedi que me retirassem de tal listinha na qual eu não me tinha inscrito. A cereja no topo do bolo foi quando a tal pessoa minha conhecida que respondeu a pedir desculpa pelo incómodo e a acusar-me de arrogância!
Eu faço um resumo da coisa: alguém, a quem eu dei o meu endereço de email por uma mera questão de cordialidade e por estarmos ambas inseridas grupo com determinados interesses, usou-o para fazer propaganda disfarçada de correspondência pessoal. A seguir, deu o meu endereço, sem a minha permissão, a uma terceira pessoa que, por sua vez, não só me escreveu um outro mail de propaganda, como me inseriu numa outra lista, cujos endereços estavam à vista de todos os que receberam aquele mail. A tornar público o meu endereço que, tanto quanto sei, é pessoal e só eu tenho o direito de o usar. Ou seja, abusaram da minha confiança, tanto pelo conteúdo do mail que recebi como pelo facto do meu endereço ter sido dado a pessoas que eu não conhecia. E ainda me acusaram de arrogância!
É a este nível que chegou a campanha. Eu até me tenho controlado para não escrever sobre o tema porque já não tenho paciência para tais discussões, mas isto é demais!
Quanto à pessoa em si, eu não vou tecer comentários, embora houvesse muitos a fazer.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Temporariamente fora de serviço

Este vai ser um fim-de-semana de reclusão.
De chuva, vento e frio. De sofá e cházinho com bolachas. De bons filmes, bons livros e boa música. De máscaras faciais e pepino nos olhos. De deitar cedo, levantar tarde e ainda dormir uma boa sesta ao final do dia. De não fazer nenhum.
Sem jornais, internet ou BBC. Sem Hamas, Fatah ou ministros acusados de tudo e mais alguma coisa. Sem noite, copos ou amigos. Sem o mundo.
Vai ser um fim-de-semana de descanso.
Cool.

Delicioso

Jamie Cullum em Porto Alegre, no Brasil (ah, eu já fui muito feliz em Porto Alegre).
A versão cantada pela Gal Costa é bem mais bonita que esta, claro. Mas ele está muito muito bem. O que eu gosto deste moço. E a pena que eu tenho de não ter estado em Portugal para o concerto dele.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Fumadores de todo o mundo

Vinde para Israel onde ainda se pode fumar em todo o lado!
Disclaimer: eu não fumo, mas já não tenho paciência para esta treta toda. Os não-fumadores têm o direito a ar puro e a não aguentar com o fumo dos outros. Eu não tenho carro e ando sempre a pé. Também devia ter direito a ar puro e a não levar com a poluição dos carros dos outros. Não há mundos perfeitos. Mas os que mais se aproximam aqueles em que os indivíduos gozam de liberdade.

Boas palavras

"Vais ao ginásio? Para quê? Tu és perfeita!"